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O Pasquim

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Teses, Artigos, e Trabalhos Acadêmicos

Muitos foram os trabalhos analíticos realizados sobre O Pasquim, aqui apresentamos alguns deles.


A CENSURA NO PASQUIM (1969-1975): AS VOZES NÃO-SILENCIADAS DE UMA GERAÇÃO

Márcia Neme Buzalaf (2009)
UNESP – Universidade Estadual Paulista
https://repositorio.unesp.br/handle/11449/93346



O período de censura militar sobre o Pasquim, entre seu lançamento, em 1969, até 1975, evidencia aspectos sobre a capacidade de produção intelectual no campo da imprensa alternativa passíveis de uma análise mais acurada. A formação de uma geração em torno do jornal, e em nome dele, ajudou a manutenção e a continuidade do semanário, mesmo com as diferentes formas de tentar acabar com sua circulação. Através de uma linha editorial humorística de representação do cotidiano daqueles anos, o Pasquim passou por três fases de censura durante o período: uma censura circunstancial, que coexiste com o início do jornal; uma censura prévia, feita por militares cariocas que censuravam o material jornalístico próximos aos redatores; e uma censura centralizada em Brasília, que visou prejudicar o processo de produção do jornal. Nesta tese, o Pasquim torna-se fonte e objeto de pesquisa. As trezentas primeiras capas representam o semanário como um todo: a geração que alimentava suas páginas e seu processo de produção; as entrevistas diferentes em formato, conteúdo e linguagem; as frases-editoriais, que definiam o jornal semanalmente; e as ilustrações, principalmente do ratinho-mascote, Sig. O discurso subjetivo, coloquial e humorístico do Pasquim, aliado aos documentos do governo Ernesto Geisel e reportagens da imprensa internacional sobre a censura ao jornal, evidenciam o jogo de ação e reação que se estabeleceu naqueles anos. Censurado desde seu início, o Pasquim persiste e resiste às pressões militares, evidenciando, em seu estilo e linguagem, os elementos de integração entre os novos grupos culturais ligados à geração de 60, e os elementos de repressão das variadas formas de censura ao semanário.

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TÁ RINDO DO QUE? O FUNCIONAMENTO ENUNCIATIVO DO HUMOR: POLISSEMIA E COEXISTÊNCIA DE SENTIDOS N'O PASQUIM

Cinara Sabadin Diagnese (2018)
Universidade de Passo Fundo
http://tede.upf.br/jspui/handle/tede/1638



A proposta desta dissertação é analisar o humor gráfico no tablóide carioca Pasquim. Primeiramente, a intenção é contar a história dos dois primeiros anos do jornal (1969-1970), em sua resistência política e cultural à ditadura militar, contextualizando-a a partir da análise de algumas de suas imagens humorísticas. A segunda proposta é - em uma relação direta com a primeira - levantar alguns dos temas abordados pelo jornal neste período, partindo-se dos diversos gêneros de humor gráfico empregados pelo semanário. O Pasquim foi um dos principais representantes, durante mais de 20 anos, da imprensa alternativa no Brasil, através de sua postura de reação editorial, política, cultural e ideológica ao regime militar implantado em 1964. Semanário de humor que tinha na caricatura uma de suas linguagens, o Pasquim fez durante este período de duas décadas uma crítica política aliada a uma outra, cultural, que se consagrou chamar de crítica de costumes, dentro do contexto do regime de exceção endurecido em 1968.

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GUERRILHA DE PINCÉIS: HUMOR GRÁFICO NO JORNAL O PASQUIM COMO RESISTÊNCIA POLÍTICA E CULTURAL À DITADURA MILITAR (1969 - 1970)

Átila Bezerra Fernandes Vieira (2010)
UFC – UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/707



A proposta desta dissertação é analisar o humor gráfico no tablóide carioca Pasquim. Primeiramente, a intenção é contar a história dos dois primeiros anos do jornal (1969-1970), em sua resistência política e cultural à ditadura militar, contextualizando-a a partir da análise de algumas de suas imagens humorísticas. A segunda proposta é - em uma relação direta com a primeira - levantar alguns dos temas abordados pelo jornal neste período, partindo-se dos diversos gêneros de humor gráfico empregados pelo semanário. O Pasquim foi um dos principais representantes, durante mais de 20 anos, da imprensa alternativa no Brasil, através de sua postura de reação editorial, política, cultural e ideológica ao regime militar implantado em 1964. Semanário de humor que tinha na caricatura uma de suas linguagens, o Pasquim fez durante este período de duas décadas uma crítica política aliada a uma outra, cultural, que se consagrou chamar de crítica de costumes, dentro do contexto do regime de exceção endurecido em 1968.

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ZIRALDO: ANÁLISE DE SUA PRODUÇÃO GRÁFICA N'O PASQUIM E NO JORNAL DO BRASIL (1969-1977)

Luciano Vieira Francisco (2010)
USP – UNIVERSIDADE SÃO PAULO
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-30042010-193910/pt-br.php



A monografia recupera o humor gráfico de Ziraldo, artista tão popular, mas, curiosamente, tão pouco estudado, durante a ditadura militar brasileira. A pesquisa se baseou na descrição pré-iconográfica de seus desenhos em dois periódicos cariocas, um a cada período recortado: de junho de 1969 a junho de 1971, nO Pasquim, e de agosto de 1976 a dezembro de 1977, no Jornal do Brasil (JB) para, posteriormente, realizar uma interpretação iconológica dessa produção, cotejando-a ao levantamento bibliográfico dos principais teóricos sobre o Estado autoritário e as censuras política e moral. A relevância do tema emerge quando ponderamos que, mesmo entrincheirados pela censura, os dois jornais representaram diferentes propostas temáticas, estruturas editoriais e gestão administrativa: liberalista e comercial no caso do JB, cogestão participativa e descompromissada nO Pasquim. Observou-se que no caso dO Pasquim, há preponderância de desenhos sem maiores preocupações diretamente políticas, em que Ziraldo recorreu a variações temáticas acerca da sexualidade, crítica dos costumes e expressões idiomáticas. Sem necessariamente representar um vazio no embate com o regime militar, tais alegorias nos dão sinais da restrição imposta naquela ocasião aos motes políticos, em que o senso moral da classe média passou a ser o alvo, e a censura política, o claustro. Posteriormente, no JB, Ziraldo assume uma postura mais ofensiva à perspectiva política, atacando contradições tanto do cenário internacional, quanto da própria conjuntura interna, seus agentes e instrumentos de cerceamento. Nesse sentido, o trabalho de Ziraldo nos serve como tese, ao evidenciar a grande soma de ataques gráficos por ele desferidos ao regime político entre os editoriais do JB, tendo como suporte um periódico sugestivamente inclinado às questões comerciais e empático a algumas direções econômicas e políticas dos militares. Por outro lado, a relação de seus trabalhos com temas políticos foi quase nula durante os anos duros do mais agressivo ato institucional o 5º ; nesse caso, desenhando sobre sexualidade e costumes da classe média, denunciando justamente sua apatia, tendo como suporte um tablóide recordado como o mais resistente representante da imprensa alternativa no País, O Pasquim.

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PASQUIM, ANOS 70 & ENTREVISTAS, UM JOGO DE PODER E SEDUÇÃO

Ana Lúcia Gomes Medeiros (2003)
UFSC – UNIVERSIDADE FESERALDESANTA CATARINA
https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/85008



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O DISCURSO DA CONTRACULTURA NO BRASIL: O UNDERGROUND ATRAVÉS DE LUIZ CARLOS MACIEL...

Capellari, Marcos Alexandre (2007)
USP – UNIVERSIDADE SÃO PAULO
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-14052008-132129/publico/TESE_MARCOS_ALEXANDRE_CAPELLARI.pdf



Dos Estados Unidos da América, o movimento denominado “contracultura” se propagou, nos anos sessenta do século XX, para diversos países, entre os quais o Brasil. Em meio à repressão imposta pelo regime militar, sobretudo a partir do AI-5, de dezembro de 1968, o ideário libertário da contracultura foi discutido por Luiz Carlos Maciel na coluna Underground de O Pasquim. Este trabalho analisa as motivações do movimento contracultural internacional e sua introdução no Brasil em um período marcado por fortes rivalidades políticas e ideológicas. Questiona, com base no discurso do autor acima citado, se a concepção de liberdade proposta pelo movimento é, como defende a crítica, mera expressão de escapismo hedonista ou efetivamente revolucionária. Investiga as origens históricas desse ideário, o qual é identificado como uma resposta à emergência do capitalismo e do cientificismo.

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GÊNEROS DISCURSIVOS ICONOGRÁFICOS DE HUMOR NO JORNAL O PASQUIM: UMA JANELA PARA A LIBERDADE DE EXPRESSÃO

Paulo Petrini (2013)
UEL - Universidade Estadual de Londrina
http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/discursosfotograficos/article/view/14873



Este estudo analisa uma amostra de gêneros discursivos iconográficos de humor, representados pela caricatura, pela charge e pelo cartum, publicados em O Pasquim, com o objetivo de compreender de que maneira foi possível para o jornal captar o espírito da época (zeitgest) da ditadura civil-militar na década de 1970, olhar para os processos cognitivos de formação do imaginário coletivo e, especialmente, como pôde expressar opiniões críticas às ideologias coercivas e às formas de censura impostas à liberdade de expressão com o emprego desta forma de linguagem visual. O trabalho interpreta, de forma qualitativa, os gêneros discursivos iconográficos de humor, mediante suas interações com o contexto sócio-históricocultural, e identifica os discursos presentes à luz de teorias da linguagem. A pesquisa demonstrou como foi importante e eficaz o emprego jornalístico desta forma de linguagem, utilizada pelo jornal O Pasquim, para ultrapassar as barreiras impostas pelo controle à comunicação não autorizada pelo poder hegemônico e gerar discursos críticos naquele contexto. Também trouxe à tona que os gêneros discursivos iconográficos de humor são espécies de textos visuais capazes de expressar elevado grau de informatividade crítica, atributo conferido devido à sua natureza de linguagem autoral, polifônica e poética, que possibilita revelar visões de mundo contidas de maneira implícita e explícita. Destarte, os gêneros discursivos iconográficos de humor revelaram-se, além de linguagem de elevado grau de informatividade para superar limites impostos à liberdade de expressão, poderosos recursos demarcadores de estilos estéticos para projetos editoriais de jornalismo de humor, dentre os quais O Pasquim postula-se como uma das referências pioneiras.

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A BREVE HISTÓRIA E A CARACTERIZAÇÃO D’O PASQUIM

Bruno Brasil (2012)
REVISTA DO ARQUIVO GERAL DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO
http://wpro.rio.rj.gov.br/revistaagcrj/wp-content/uploads/2016/11/e06_a17.pdf



Este artigo busca estudar a aura carioca de O Pasquim, um tabloide alternativo surgido durante o mais crítico período da ditadura militar brasileira. Divide-se em duas partes: a primeira aborda o histórico do periódico, sua caracterização e linha editorial, além da articulação editorial entre seus colaboradores. Entre recortes pontuais do humor intelectual “subversivo” da Zona Sul carioca dos anos 1960 e 1970, a segunda parte expõe a constituição de uma “estética de botequim”, recorrentes episódios de gozação a paulistanos e a demarcação territorial assumida pelo O Pasquim, através da inscrição de seus editores e redatores como figuras participativas do plano sociocultural carioca. Aqui, pode-se perceber como se manifestavam (e por vezes se desmentiam) signos de uma cultura dita tipicamente “ipanemenha”, entre rompantes contraculturais e politicamente engajados, normalmente aflorados pelos editores do jornal em atmosferas anárquicas, bem-humoradas e boêmias.

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O PASQUIM: UM JORNAL QUE NÃO SE VENDE A NÃO SER A SEUS LEITORES

Natali Lima de Carvalho e Riverson Rios (2018)
Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação
https://portalintercom.org.br/anais/nordeste2018/resumos/R62-0949-1.pdf



A proposta desse artigo é analisar a contribuição do jornal alternativo que nasceu após a instauração do ato institucional n°5 durante a Ditadura Militar no Brasil (1964-1980), O Pasquim no ano de 1969. Será utilizado como critério de análise o papel do Jornalismo para a cidadania, segundo Marques de Melo, e a liberdade de expressão e direito social da informação, conforme Francisco Karam tomando como ponto de partida o referido periódico. Para o desenvolvimento deste trabalho e para chegar a este estudo foi feito uma análise documental. O Pasquim em cada linha buscava a liberdade nacional e a conquista dos direitos humanos, sempre em busca da liberdade de expressão e da vitória na luta para a conquista verdadeira da liberdade.

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CULTURA E POLÍTICA NOS QUADRINHOS DE HENFIL

Maria da Conceição Francisca Pires (2006)
SciELO - The Scientific Electronic Library Online
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-90742006000200005



O artigo apresenta uma incursão pelo universo discursivo dos polêmicos personagens "Fradins", criados pelo cartunista Henfil. A intenção é colocar em relevo a construção de uma crítica política e de costumes que colocou em xeque, por um lado, o cristianismo oficioso das elites políticas e religiosas e, por outro, os simulacros sociais. No caso em questão não se trata apenas da crítica à devoção, mas especificamente a devoção ao poder. Defendo a premissa de que por intermédio do grotesco e do fantástico, em conjunto com a ironia e a carnavalização, Henfil desmistificou as deidades políticas e religiosas, substituindo-as pela dúvida e colocando-as lado a lado com o ridículo. Deste modo, o humor henfiliano representou um esforço de resistência, ao mesmo tempo em que contribuiu para a luta política contra a ditadura militar.

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A ESTÉTICA DO RISÍVEL EM CHARGES D’O PASQUIM NOS TEMPOS DO AI-5: DIÁLOGOS NA PRODUÇÃO DO DISCURSO HUMORÍSTICO

Maria Madalena Borges Gutierre (2016)
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JÚLIO DE MESQUITA FILHO (ARARAQUARA)
https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=4028542



No contexto das relações sociais, parece consenso tendermos à seriedade. Esse modo de olhar para as coisas da vida e do mundo traduz a concepção de que encarar conflitos e angústias com humor ameaça a ordem e subverte um mundo considerado disciplinado. “Rir o tempo todo” sintetiza, contrariamente a tais princípios, a proposta do jornalismo alternativo do semanário O Pasquim, lançado em junho de 1969, no Rio de Janeiro, em meio aos conflitos políticos marcadamente repressivos e violentos da ditadura militar brasileira. Em um cenário de tensão e repressão política, os significados do humor e a produção do risível caricatural pasquiniano excedem o rir por rir, traduzem nas entrelinhas posicionamentos e visões de mundo que dificilmente se fariam presentes no discurso da imprensa tradicional, durante o regime autoritário. Nesta tese, desenvolvemos uma proposta de estudo que toma como referência a essência representativa da linguagem no contexto de produção e circulação, de modo a considerar não apenas o registro histórico como também a evidencia de posicionamentos ideológicos e modos de conceber o mundo e a vida, vinculados à existência social e cultural dos indivíduos e dos acontecimentos de que participam. Na perspectiva teórico-filosófica do pensador russo Mikhail Bakhtin (2010), a linguagem retrata e refrata os movimentos sociais; ao mesmo tempo, define-se nas esferas sociais em que é produzida, constituindo-se em gêneros de discursos. O objetivo da pesquisa é analisar a estética do humor caricatural no Pasquim, entre 1970 e 1975, quando esteve em censura no regime militar, a partir da investigação de que o discurso jornalístico hibridiza-se com outros discursos, sobretudo artísticos, na constituição do estilo caricatural. Nesse processo, a crítica dilui-se na arte, como objeto de denúncia e oposição ao regime militar e veiculação de posições axiológicas de um enunciador socialmente representado. O estilo caricatural d’O Pasquim é interpretado em relação à produção do risível, relativamente ao discurso humorístico. Subjetividade e coloquialidade são fortes marcas no estilo de linguagem. Para ampliar as reflexões sobre o risível no estilo caricatural, procuramos estabelecer possíveis diálogos entre Mikhail Bakhtin (1997; 2000; 2002; 2008; 2010) e Henri Bergson (2007). Nos estudos da caricatura, os diálogos estabelecem-se entre Ernest Gombrich (1986) e Georg Simmel (2009), sobretudo no que concerne ao aspecto social do riso e sua dinâmica na sociedade bem como a produção de um risível grotesco, caricatural e ambivalente. Como referências nas discussões sobre censura, apoiamo-nos nos estudos de Carlos Fico (2004), Anne-Marie Smith (2000) e Beatriz Kushnir (2004). Constamos, na análise do corpus, que o estilo caricatural n’O Pasquim constrói-se principalmente pela hibridização da linguagem, tanto no diálogo entre vozes sociais em confronto discursivo quanto no diálogo entre gêneros de discurso. O percurso de produção do discurso humorístico põe em diálogo diferentes vozes sociais, situadas não só na esfera jornalística, como também na esfera religiosa, publicitária e, predominantemente, artística. Procedimentos de estilização paródica são responsáveis pela subversão, desconstrução e reconstrução de discursos e gêneros, por meio de que se confrontam e se aproximam os posicionamentos axiológicos, na enunciação.

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UMA ANÁLISE DA SEÇÃO ENTREVISTA DE O PASQUIM PARA UMA COMPREENSÃO DA REALIDADE DA IMPRENSA BRASILEIRA DOS ANOS 1970 NO CONTEXTO DOS ANOS DE CHUMBO

Nayara Klebis Arantes (2010)
Instituto Municipal de Ensino Superior de Assis
https://cepein.femanet.com.br/BDigital/arqTccs/0711220335.pdf



O semanário O Pasquim circulou no Brasil entre o final da década de 1960 à inicio de 1990. Teve como jornalistas responsáveis Jaguar, Tarso de Castro e Sergio Cabral, e demais personalidades como colaboradores. Se posicionava politicamente contra a Ditadura Militar, e se opunha ao governo utilizando o humor e quebrando ―regras‖ no modo textual. O principal objeto deste estudo corresponde a Seção Entrevista, que para a época em questão, modificou o modo de se fazer jornalismo. O Pasquim utilizava linguagem e métodos de informações diferentes dos demais jornais da época. Para o semanário, as entrevistas eram vistas como reuniões informais, para que dessa forma, não se omitisse detalhes de informações. O que se pretende com esse trabalho é promover uma análise sobre as entrevistas e perceber quais as diferenças que ocorreram na imprensa brasileira durante o período de publicação do jornal. Por meio das Antologias do Pasquim, utilizar-se-ão as entrevistas na integra e serão destacados os pontos principais que fizeram d‘O Pasquim, o jornal de maior repercussão para as décadas de 1960, 1970, 1980 e 1990.

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O PASQUIM: “UM PRODUTO DO MEIO, TAMBÉM NINGUÉM É PERFEITO”

Andréa Cristina de Barros Queiroz (2015)
Revista Acesso Livre
https://revistaacessolivre.files.wordpress.com/2015/09/andrc3a9a-cristina-de-barros-queiroz.pdf



Este artigo analisa as características da imprensa alternativa e do jornal O Pasquim – criado em 1969, durante a ditadura civil-militar brasileira. Foram destacadas as singularidades desse nanico que começou como um jornal de bairro e que ganhou notoriedade nacional em pouco tempo, com a sua fala, o seu humor e as suas contradições. O Pasquim teve uma longa trajetória, permanecendo duas décadas em circulação (1969-1991) e, por conta disso, esse alternativo tem como principal característica o paradoxo. Ele existiu enquanto oposição ao regime ditatorial no pós1964, e no período da redemocratização tornou-se aliado ao PDT no governo do Estado do Rio de Janeiro.

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O PASQUIM E O PAPEL DO HUMOR NA RESISTÊNCIA CONTRA A DITADURA MILITAR

Natania Aparecida da Silva Nogueira (2018)
Universidade Salgado de Oliveira - UNIVERSO
http://revista.universo.edu.br/index.php?journal=2013EAD1&page=article&op=viewArticle&path%5B%5D=5970



O presente trabalho busca analisar o humor gráfico como instrumento de resistência durante a ditadura militar no Brasil a partir de O Pasquim, periódico que circulou durante duas décadas e que nasceu sob a égide do AI-5, no ano de 1969. A partir do humor irreverente, O Pasquim conquistou público e driblou a censura imposta pela ditadura a todos os meios de comunicação. Esse periódico acabou se transformando em um modelo de jornalismo alternativo que iria ser imitado por outros periódicos. O humor como forma de resistência o nosso objeto de estudo no presente texto. Entendemos como resistência um como um processo sociocultural, conforme,definiu Pierre Laborie, uma tomada de consciência acerca de determinada situação que pode levar a ações subversivas contra o elemento opressor. A partir da análise de charges e cartuns publicados no Pasquim, desejamos demonstrar a importância dos cartunistas e da impressa alternativa em combater as imposições do regime militar. Ao mesmo tempo, o Pasquim buscava levar informações ao grande público, chamando a atenção para os abusos do regime e, desta forma, tentar promover a conscientização política que, de outra maneira, não seria possível. O humor foi apropriado e transformado, portanto, num instrumento de resistência que não pôde ser calado durante os anos da ditadura militar no Brasil.

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O HUMOR COMO RESISTÊNCIA AO CONTROLE SOCIAL AUTORITÁRIO NO BRASIL PÓS-1964: REFLEXÕES SOBRE A IMPRENSA ALTERNATIVA

Diógenes Arruda Ferreira (2009)
XII SIMPÓSIO INTERNACIONAL PROCESSO CIVILIZADOR
http://www.uel.br/grupo-estudo/processoscivilizadores/portugues/sitesanais/anais12/artigos/pdfs/comunicacoes/C_Ferreira2.pdf



Este trabalho busca investigar as relações entre o desenvolvimento de um sistema de controle social instituído pela ditadura militar brasileira e o humor, utilizado como forma de oposição às condições estabelecidas por esse regime. Partiu-se da concepção de que a linguagem humorística, carregada de elementos empáticos, foge ao padrão das argumentações mais frias e racionalizantes por se tratar também de elemento lúdico. Verificou-se com o estudo que através do humor elementos da imprensa alternativa, destacadamente o jornal O Pasquim, se configuraram numa forma de contraposição aos elementos psicológicos da construção de um Estado militar hegemônico.

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O RISO EM TEMPOS DE DITADURA: OS (NÃO) SILENCIAMENTOS (RE)VELADOS PELO PASQUIM NO PERÍODO DE 1969 A 1971

Cinara Sabadin Diagneze (2010)
UPF – UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO
http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=194151



Examina-se, nesta dissertação, O Pasquim, jornal que marcou época e que em plena ditadura foi um instrumento de combate à censura. Nele, a utilização do humor constitui uma forma de resistência contra a interdição feita pelo aparelho estatal e suas forças de controle sobre o cidadão brasileiro. A "viagem" por suas páginas revela-nos o caráter de resistência do discurso pasquiniano, bem como traz à tona uma infinidade de posições-sujeito e de formações discursivas que significavam através do riso na ditadura. O fato de a irreverência crítica superar as questões da censura e a extrema rigidez do controle militar leva-nos à busca da compreensão das razões, ou das formas como os deslocamentos aconteciam e significavam, bem como à busca da compreensão de como os atores pasquinianos conseguiam, por meio do riso, trazer à tona, o tempo todo, o interpretar, o significar e o produzir sentido. Esta investigação teve suas raízes no questionamento sobre como o humor era produzido em tempos de ditadura militar e sobre como o humor aparece, se presentifica na cultura e no lazer da época, dentre outros questionamentos que, ao intrigar-nos, conduziram-nos a tão gratificante estudo pelos caminhos da Análise do Discurso. Criado e comandado, dentre outros, pelo passo-fundense Tarso de Castro, o Pasquim veiculava textos muito diferentes daqueles que circulavam à época, marcada pelos fortes rigores da ditadura. Esses textos, que se destacavam pela irreverência e pela crítica política, faziam ressoar sentidos que eram apagados, silenciados pela ditadura. A análise do corpus, composto por sequências discursivas e por imagens verbais e não verbais veiculadas nas páginas do tabloide, permite que compreendamos que o discurso pasquiniano faz ressoar os sinais de um sentido dominante, o sentido que contempla a ilusão do que é natural, óbvio ou evidente e, por conseguinte, um sentido oprimido, nem sempre silenciado. Esse (não) silenciamento se imprime na manifestação das resistências, e é, portanto, voltando o olhar para essas resistências e para o papel social (de porta-voz da população) que O Pasquim exercia nos tempos de ditadura que esta pesquisa justifica sua importância. As análises, que, por um lado, permitem-nos compreender (ao menos em parte) o que o discurso pasquiniano revelava num tempo em que a censura "ditava" aquilo que (não) podia ser dito, por outro, também nos mostram os reflexos ainda hoje sentidos daquele período, num povo que não tem voz diante de tantas barbáries cometidas na esfera política do país. Esse silenciamento (contemporâneo) é fruto de uma semente plantada nos porões escuros da ditadura e que, dada a "força" de seu plantio, também significa - ainda hoje - muita resistência.

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AS MULHERES NO PASQUIM: UMA QUESTÃO DE GÊNERO

Thiago do vale Pereira Livramento (2012)
XIV Encontro Estadual de História - Tempo, memórias e expectativas, UDESC, Florianópolis, SC
http://www.anpuh-sc.org.br/encontro2012/uploads/simposio-13-trabalho-20.pdf



O objetivo da comunicação é apresentar uma análise de imagens veiculadas no jornal Pasquim, famoso periódico carioca, que circulou nos anos de 1970 e 1980, período marcado na história do Brasil pelo governo da Doutrina de Segurança Nacional. Para essa análise, estou utilizando a categoria Gênero como suporte teórico. O Pasquim foi considerado o mais importante periódico dos chamados alternativos, principalmente em função da sua abrangência dentro do período. Pretendo contextualizar o jornal na época de sua edição e circulação, assim como apresentar a forma como este surgiu e suas principais características. Com relação às imagens, realizo uma discussão sobre como o jornal, através de charges, reforçava ou transgredia as hierarquias de gênero. Destaco que este periódico tem sido acusado de ser antifeminista e de focalizar as mulheres como objetos. Nesta comunicação pretendo apenas dar destaque aos desenhos onde as mulheres são representadas. O presente trabalho é um recorte no meu projeto de pesquisa de mestrado, cuja temática gira em torno das representações das hierarquias de gênero em imagens veiculadas em periódicos alternativos do Brasil e do Paraguai no decorrer de suas ditaduras.

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A DITADURA AVACALHADA: PARTICULARIDADES NA ENUNCIAÇÃO DO HUMOR GRÁFICO BRASILEIRO

Adriana Telles e Nelson Soares (2016)
Revista Cambiassu
http://www.cambiassu.ufma.br/cambi_2016.2/ditadura.pdf



O artigo tece algumas reflexões sobre o lugar de enunciação do humor gráfico brasileiro, considerando-o a partir da estratégia paródica, construída a partir de dois dispositivos: a captação e a subversão, recursos de reinvestimento de um texto ou gênero de discurso em outros. Para tanto, procede-se à observação de duas charges produzidas durante a vigência da ditadura militar no Brasil, procurando verificar uma das hipóteses de pesquisa, segundo a qual a conjugação entre as condições de ficcionalidade, iconicidade e comicidade permite ao humor gráfico funcionar como uma outra chave de acesso à memória da ditadura, distinguindo-se fundamentalmente de outros registros sobre o regime.

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PODER, HISTÓRIA E IDEOLOGIA NOS TEMPOS DA DITADURA: OS DISCURSOS EM VEJA E PASQUIM

Emílio de Sá Vieira e Marcelo Marques Araújo
Galoá Journal
https://doi.galoa.com.br/sites/default/files/ac8/COM_7_PAPER%20-%20EMILIO.pdf



O trabalho analisa e compara os posicionamentos da revista Veja e do jornal O Pasquim sobre a repressão e o crescimento econômico no período do Ato Institucional-5 e do “milagre econômico” da Ditadura Militar. Utilizando parte dos conceitos da Análise Crítica do Discurso e verificando a presença da objetividade jornalística e do silenciamento, a pesquisa busca compreender as posições destes veículos sobre o regime.

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O PASQUIM: UM JORNAL QUE SÓ DIZ A VERDADE QUANDO ESTÁ SEM IMAGINAÇÃO (1969-1991)

Andréa Cristina de Barros Queiroz (2004)
História & Perspectivas
http://www.seer.ufu.br/index.php/historiaperspectivas/article/view/19137/10284



O Pasquim foi um jornal da imprensa alternativa, que se opôs à ditadura brasileira pela crítica dos costumes, inspirado na filosofia existencialista de Jean-Paul Sartre. O seu êxito estava relacionado a sua linguagem, que conjugou política e humor.

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O PASQUIM: EMBATES ENTRE A CULTURA POLÍTICA AUTORITÁRIA E A CONTRACULTURA

Andréa Cristina de Barros Queiroz (2008)
Cadernos de História
https://www.academia.edu/43572069/O_Pasquim_embates_entre_a_cultura_pol%C3%ADtica_autorit%C3%A1ria_e_a_contracultura



Este artigo apresenta duas faces do jornal alternativo O Pasquim–criado em 1969, durante a ditadura militar–o qual ao mesmo tempo em que dialogava com o cenário da contracultura da década de 1960, representava nas suas páginas a cultura política autoritária brasileira. O Pasquim teve uma longa trajetória, permanecendo duas décadas em circulação (1969-1991) e, por conta dessa longa vida, esse alternativo tem como principal característica o paradoxo. Ele existiu enquanto oposição ao regime ditatorial no pós-1964, e no período da redemocratização tornou-se aliado ao PDT no governo do Estado do Rio de Janeiro. Ressalta-se que, neste estudo, essa longa trajetória não será analisada, torna-se importante ser destacado então que o texto que se segue é apenas um ponto de suas muitas faces.

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A REPÚBLICA DE IPANEMA DA CIDADE MARAVILHOSA

Andréa Cristina de Barros Queiroz (2012)
REVISTA MARACANAN - UERJ
https://www.academia.edu/43217133/REVISTAMARACANAN_Artigos_A_constru%C3%A7%C3%A3o_da_Rep%C3%BAblica_de_Ipanema_no_Rio_de_Janeiro_dos_anos_1960



A cidade do Rio de Janeiro e os cariocas foram inúmeras vezes representados por diversas gerações de cronistas que projetaram em suas prosas esses dois sujeitos: a cidade e o seu habitante. Portanto, tais cronistas ajudaram a construir e a divulgar o “modo de ser carioca” e o ideário de uma “cidade maravilhosa” principalmente na década de 1960. Dessa maneira, a análise da construção dessas duas identidades se tornou de suma importância para compreendermos o contexto de fabricação de outra identidade do Rio de Janeiro–a República de Ipanema.

Podemos dizer que a cidade do Rio de Janeiro, especialmente na década de 1960–quando se promoveu com intensidade o mito da “cidade maravilhosa” e da “cultura do carioquismo”–, era um caleidoscópio de padrões e valores culturais, línguas e dialetos, religiões e seitas, modos de vestir e alimentar, etnias e raças, problemas e dilemas, ideologias e utopias. Enfim, durante os anos 1960, o Rio de Janeiro se consagrou como o “coração do Brasil” conforme diz a letra de seu hino oficial, a marchinha de carnaval “Cidade Maravilhosa”, criada em 1935 por André Filho para o concurso de marchinhas daquele ano e organizado pela Prefeitura do Distrito Federal. Ela passou a ser cantada por Aurora Miranda no encerramento dos bailes de carnaval ano após ano, e ainda hoje é com essa música que os cariocas se despedem da folia de momo. Contudo, foi somente em 1961, por decisão do então Governador do Estado da Guanabara, Carlos Lacerda, que a música se tornou o hino oficial da cidade.

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ENFIM, UM ESCRITOR COM ESTILO: O JORNALISTA, PASQUINIANO, IPANEMENSE E SEM CENSURA MILLÔR FERNANDES

Andréa Cristina de Barros Queiroz (2011)
Universidade Federal do Rio de Janeiro
https://minerva.ufrj.br/F/?func=direct&doc_number=000773110&local_base=UFR01#.X-p9J1VKjIU



[PT] Millôr Fernandes, em sua trajetória como jornalista, trabalhou em diferentes veículos de comunicação, da grande imprensa e da alternativa. Em ambas as mídias ele produziu com suas crônicas um discurso político permeado por uma verve humorística bastante irônica e que se consagrou como seu instrumento de luta pela liberdade de expressão, com isso, todos esses símbolos reunidos tornaram-se elementos primordiais de sua identidade, de sua marca autoral, de sua visão de mundo, enfim, de seu estilo. Podemos dizer que a exploração, a recriação e a invenção das formas, dos usos e dos sentidos das palavras, muitas vezes para Millôr, tornaram-se uma maneira de contestar os conceitos estabelecidos e de enfrentar os mecanismos de censura impostos ao seu trabalho como profissional da imprensa em diferentes períodos da História brasileira, quer seja autoritário ou democrático. Ressaltamos ainda que as suas crônicas, especialmente no jornal alternativo O Pasquim no final da década de 1960 e início dos anos 1970 – referência primordial para onde convergimos esse estudo sobre a sua trajetória –, construíram uma representação da cidade do Rio de Janeiro, da Zona sul carioca, mais especificamente de Ipanema, como metáfora de Brasil, marcadas pela “cultura do carioquismo”. Seja como for, as crônicas de Millôr se intrometeram nas questões cotidianas, no comportamento da cidade e de seus personagens, nas relações políticas e nas práticas sociais.

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CRÔNICAS DE MILLÔR: UMA MEMÓRIA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO

Andréa Cristina de Barros Queiroz (2008)
MÉTIS: história & cultura
http://www.ucs.br/etc/revistas/index.php/metis/article/view/705/511



Millôr Fernandes pressupôs ter feito de suas crônicas um instrumento de crítica à norma e ao cerceamento das inúmeras formas de expressão. Seu humorismo se posicionou contra o ambiente repressor da ditadura no pós-1964, especialmente ao atuar na imprensa alternativa. O jornalista construiu com seu humor um discurso memorialístico da cidade do Rio de Janeiro.

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NOS TEMPOS DA IMPRENSA ALTERNATIVA

Bernardo Kucinski
LABI – LABORATÓRIO DE ESTUDOS DO IMAGINÁRIO - USP
https://imaginaipusp.wordpress.com/nos-tempos-da-imprensa-alternativa/



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A MULHER DO PASQUIM : REPRESENTAÇÃO FEMININA EM SUAS TIRINHAS, CHARGES E CARTUNS

Vivian Gabriela Damasceno Carneiro (2011)
Universidade Estadual Paulista (UNESP)
https://lume.ufrgs.br/handle/10183/37565



O presente trabalho analisa a representação feminina nas histórias em quadrinhos (HQs), tirinhas, charges e cartuns do jornal O Pasquim. Importante meio de comunicação de massa, disseminadoras de informações e idéias, as HQs, da forma como se conhece hoje, nasceram em um jornal norte-americano em 1895. Sofreram adaptações e evoluíram ao longo de sua trajetória. As décadas de 1960 e 1970 foram marcadas pela eclosão de diversos movimentos sociais e culturais ao redor do mundo, como o feminismo, que é salientado neste estudo. No cenário brasileiro viase a instauração de uma ditadura militar, arbitrária e autoritária. Sob o domínio da censura, a imprensa agonizava amordaçada, foi dessa forma que surgiu a chamada imprensa alternativa, nanica ou underground. Nesse meio surge o Pasquim, jornal de proposta libertária e “sem papas na língua”. Famoso pelo teor cômico despendido nas entrevistas, reportagens e HQs, foi um dos poucos periódicos sobreviventes à censura política. Tinha em seu encalço uma legião de ávidos leitores, formada inclusive por artistas da época. As edições do jornal, referentes aos anos de 1969- 1970, 1984-1985, e 1988-1989 foram fotografadas formando o corpus do estudo. A análise destas imagens seguiu critérios da técnica de pesquisa Análise de Conteúdo de Laurence Bardin. Através da análise de frequência, aplicada aos fatores observados nas imagens, obteve-se como resultado o destaque de três representações femininas estereotipadas: a boazuda, a esposa e a vovó.

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PASQUINIZANDO O PASQUIM

Dênis Lima (2010)
Universidade Estadual Paulista (UNESP)
https://repositorio.unesp.br/handle/11449/155620



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TRAÇO A TRAÇO: ANÁLISE DA CRÍTICA ILUSTRADA PRESENTE EM JORNAIS LUDOVICENSES NO CONTEXTO DO REGIME MILITAR BRASILEIRO – 1964-1974.

Adriano Negreiros da Silva (2012)
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO – UEMA
https://www.historia.uema.br/wp-content/uploads/2015/09/1.-adriano-negreiros-da-silva.pdf

Este estudo objetiva a análise da utilização do discurso imagético da crítica ilustrada – charge, cartum, caricatura e tira – pela grande imprensa e imprensa alternativa existente na cidade de São Luís no período de 1964 a 1974, sabidamente a época mais rígida da Ditadura Militar Brasileira. Assim, observaremos através de fontes primárias e secundárias o emprego do recurso discursivo da imagem humorística na defesa de ideais e interesses políticos situacionistas e oposicionistas na esfera local e nacional do país, salientando as suas imbricações.

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HUMOR E RESISTÊNCIA – AS POSSIBILIDADES POLÍTICAS DO HUMOR NAS CHARGES DO JORNAL O PASQUIM

Daniel de Oliveira Figueiredo (2012)
Universidade Estadual de Londrina
http://www.uel.br/pos/mestradocomunicacao/wp-content/uploads/Disserta%C3%A7%C3%A3o-V-Final-29.02.pdf



O Pasquim (1969-1991) é reconhecido como um dos principais exemplos da imprensa alternativa brasileira no período histórico da ditadura civil-militar (1964- 1985), tanto por suas posições críticas ao regime quanto por suas inovações jornalísticas. A união de duas características inovadoras, quais sejam, o uso de imagens e o humor, compõe o núcleo deste trabalho de dissertação, que objetiva analisar o humor chárgico do jornal O Pasquim no contexto de repressão política da ditadura civil-militar brasileira. Para tanto, após um estudo teórico sobre as possibilidades políticas do humor, com ênfase na descrição do conceito de humor de transgressão, serão analisadas charges publicadas pelo O Pasquim durante o período que vai de seu surgimento até o fim do governo Médici, período que também coincide com os dois primeiros ciclos de vida do jornal, que foram organizadas para análise por temáticas, como por exemplo, censura e anistia.

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ENTRE O ENGAJAMENTO E O DESBUNDE: RESISTÊNCIA E DEBOCHE NO PASQUIM (1969-1979)

Natali Gisele de Oliveira (2007)
Universidade Federal de Minas Gerais
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/VGRO-7BDGZZ/1/disserta_ao_de_natali_gisele_de_oliveira.pdf




Apresentamos neste estudo algumas considerações acerca da atuação do semanário Pasquim no Brasil, de 1969 a 1979. Assinalando sua importante participação para o entendimento da cultura brasileira no período, retomamos o estilo, a linguagem e representações veiculadas através dos recursos à irreverência e ao deboche que, utilizados como alternativa de resistência às formas tradicionais de se fazer política e crítica social, produziram uma ácida crítica aos costumes instituídos, desafiando as imposições políticas e burlando o autoritarismo cotidiano. Apontamos com a releitura do Pasquim a tentativa de formulação de um novo conceito de política pautado na retomada de aspectos subjetivos inerentes à experiência política, na valorização do cotidiano, na politização das relações pessoais e do comportamento, na afirmação das experiências particulares de vida, baseada na critica as noções tradicionais de representação política (partidária ou sindical) pela diluição que causavam às especificidades e assinalando a necessidade de se falar de uma condição própria de vida. Através do diálogo com o ideário contracultural, adaptado à realidade brasileira, relemos no Pasquim seu engajamento e desbunde, a proposta inovadora de intervir a partir dos instrumentos mais inusitados, mas que dessem a ver outras possibilidades de perceber e expressar a realidade, para além daquelas forjadas em versões prontas e modelos ultrapassados.

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O VELÓRIO DE UM FOLIÃO: O PASQUIM E OS ANOS 1980

Andréa Cristina de Barros Queiroz (2006)
XII Encontro Regional de História ANPUH-RJ
http://www.snh2011.anpuh.org/resources/rj/Anais/2006/conferencias/Andrea%20Cristina%20de%20Barros%20Queiroz.pdf



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DEPARTAMENTO DE ASSUNTOS PLAGIADOS DE “O PASQUIM”

Ariane de Souza Nunes (2014)
Trabalho apresentado ao Programa de Iniciação Científica (PIC) do Instituto Municipal de Ensino Superior de Assis – IMESA e à Fundação Educacional do Município de Assis – FEMA
https://cepein.femanet.com.br/BDigital/arqPics/1311340595P533.pdf



Este trabalho visa analisar a coluna Departamento de Anúncios Plagiados da edição do Jornal Carioca “O Pasquim”. Em função da Publicidade e Propaganda dos anúncios em plena a ditadura militar, o jornal “O Pasquim” teve como função ironizar e satirizar tudo aquilo que era publicado em suas edições. “O Pasquim” foi um semanário alternativo brasileiro, de característica paradoxal, editado entre 26 de junho de 1969 e 11 de novembro de 1991, reconhecido pelo diálogo entre o cenário da contracultura da década de 1960 e por seu papel de oposição ao regime militar. De uma tiragem inicial de 20 mil exemplares, que a princípio parecia exagerada, o semanário (que sempre se definia como um hebdomadário) atingiu a marca de mais de 200 mil exemplares em seu auge, em meados dos anos 1970, se tornando um dos maiores fenômenos do mercado editorial brasileiro. A princípio constitui-se em uma publicação comportamental, pois abordava assuntos como sexo, drogas, feminismo, divórcio, “O Pasquim” foi se tornando mais politizado à medida que aumentava a repressão da ditadura, principalmente após a promulgação do repressivo ato AI-5. ”O Pasquim” passou então a ser porta-voz da indignação social brasileira.

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UMA ANÁLISE DA SEÇÃO ENTREVISTA DE O PASQUIM PARA UMA COMPREENSÃO DA REALIDADE DA IMPRENSA BRASILEIRA DOS ANOS 1970 NO CONTEXTO DOS ANOS DE CHUMBO

Nayara Klebis Arantes (2010)
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto Municipal de Ensino Superior de Assis como requisito do Curso de Graduação em Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo
https://cepein.femanet.com.br/BDigital/arqTccs/0711220335.pdf



O semanário O Pasquim circulou no Brasil entre o final da década de 1960 à inicio de 1990. Teve como jornalistas responsáveis Jaguar, Tarso de Castro e Sergio Cabral, e demais personalidades como colaboradores. Se posicionava politicamente contra a Ditadura Militar, e se opunha ao governo utilizando o humor e quebrando ―regras‖ no modo textual. O principal objeto deste estudo corresponde a Seção Entrevista, que para a época em questão, modificou o modo de se fazer jornalismo. O Pasquim utilizava linguagem e métodos de informações diferentes dos demais jornais da época. Para o semanário, as entrevistas eram vistas como reuniões informais, para que dessa forma, não se omitisse detalhes de informações. O que se pretende com esse trabalho é promover uma análise sobre as entrevistas e perceber quais as diferenças que ocorreram na imprensa brasileira durante o período de publicação do jornal. Por meio das Antologias do Pasquim, utilizar-se-ão as entrevistas na integra e serão destacados os pontos principais que fizeram d‘O Pasquim, o jornal de maior repercussão para as décadas de 1960, 1970, 1980 e 1990.

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A BREVE HISTÓRIA E A CARACTERIZAÇÃO D’O PASQUIM

Bruno Brasil (2012)
Revista do Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro
http://wpro.rio.rj.gov.br/revistaagcrj/wp-content/uploads/2016/11/e06_a17.pdf



Este artigo busca estudar a aura carioca de O Pasquim, um tabloide alternativo surgido durante o mais crítico período da ditadura militar brasileira. Divide-se em duas partes: a primeira aborda o histórico do periódico, sua caracterização e linha editorial, além da articulação editorial entre seus colaboradores. Entre recortes pontuais do humor intelectual “subversivo” da Zona Sul carioca dos anos 1960 e 1970, a segunda parte expõe a constituição de uma “estética de botequim”, recorrentes episódios de gozação a paulistanos e a demarcação territorial assumida pelo O Pasquim, através da inscrição de seus editores e redatores como figuras participativas do plano sociocultural carioca. Aqui, pode-se perceber como se manifestavam (e por vezes se desmentiam) signos de uma cultura dita tipicamente “ipanemenha”, entre rompantes contraculturais e politicamente engajados, normalmente aflorados pelos editores do jornal em atmosferas anárquicas, bem-humoradas e boêmias.

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O PASQUIM EM TEMPOS DE ABERTURA POLÍTICA (1978-1980): UMA ANÁLISE DAS GRANDES ENTREVISTAS

Léa Mattosinho Aymoré (2016)
UNESP – Universidade Estadual Paulista
https://repositorio.unesp.br/handle/11449/143118



O Pasquim, periódico semanal de enorme sucesso desde seu lançamento em junho de 1969, apenas seis meses após o estabelecimento do AI-5, foi de extrema importância para toda uma geração. Pois com seu humor inteligente promovia uma reflexão crítica sobre a realidade brasileira, além de ser porta voz de uma série de mudanças comportamentais pelas quais passava a nossa sociedade entre os anos de 1960 e 1970. Sobreviveu à censura prévia com o apoio da maior parte da intelectualidade carioca, a chamada “esquerda festiva”, responsável também por sua criação e se manteve independente por mais de uma década até perecer economicamente na primeira metade dos anos 1980. Esta pesquisa teve como objetivo analisar O Pasquim como fonte e objeto de estudo, entre os anos de 1978 e 1980, período de abertura política, em que o jornal funcionou sem uma censura prévia, e afirmou seu caráter contestador em cada edição, apoiando a campanha pela anistia, denunciando abusos e defendendo uma maior transparência por parte das instituições nacionais, lançando as bases do que seria uma das principais características da imprensa no período de redemocratização. O primeiro capítulo analisou o contexto histórico de criação e funcionamento do Pasquim em seus mais diversos aspectos políticos, econômicos, sociais, institucionais e culturais. O capítulo seguinte situou o jornal no contexto de funcionamento da imprensa alternativa, sendo o semanário um dos mais significativos representantes do setor. Por fim, o terceiro e último capítulo desenvolveu uma análise das grandes entrevistas, parte fundamental do jornal desde sua primeira edição. As grandes entrevistas, geralmente extensas, contribuíram para a inovação da linguagem jornalística e publicitária tamanha a informalidade com que eram realizadas e publicadas, geralmente na integra, transmitindo um clima de intensa familiaridade, que aproximava o leitor dos entrevistados. Esse modo totalmente inovador de realização e publicação de entrevistas foi revolucionário e intensamente imitado por inúmeros outros jornais e revistas da época, tornando O Pasquim um jornal influente não apenas por seu conteúdo, mas também por sua forma.

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PALAVRÕES DE CHICO ANYSIO E PIADAS DO PASQUIM CHOCARAM CENSORES DA DITADURA

Carlos Madeiro (2020)
UOL
https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2020/09/15/chico-anysio-ziraldo-pasquim-humor-ditadura-militar.htm



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CONTORNOS DO FEMINISMO SOB OS TRAÇOS DE ZIRALDO NO PASQUIM (1969-1979)

Tatiana Luiza Sousa Coelho (2015)
PUC Goiás
http://tede2.pucgoias.edu.br:8080/handle/tede/3374



Neste estudo procuramos explicitar a tensão dos discursos enunciados pelas charges de Ziraldo no periódico O Pasquim durante a década de setenta, em contrapartida com o discurso feminista que se articula nesse mesmo período. Inserido no processo de uma conservadora modernização vivenciado pelo país, as feministas politizam o público e o privado deslocando o eixo da concepção do ser mulher, atrelado historicamente à maternidade, à esfera privada e ao casamento. No exercício de análise das charges de Ziraldo, foram suscitados alguns questionamentos, e que, a partir da sensibilidade e experiência do olhar, nos convida a uma interpretação mais aguçada por parte da (do) historiadora (or) de imagens. Propomos então a leitura dos traços das charges de Ziraldo, que dão a ser lidos como textos, onde traços, riscos e rabiscos se dão como significantes, e que sob a ótica de gênero, revelam-se como poderosos significados.

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DO HUMOR À SERIEDADE: O TRAÇO CONTESTADOR DE NANI NAS CHARGES D'O PASQUIM

Jéssica Rodrigues Lourenço (2012)
Universidade Federal de Uberlândia
https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/18713/1/HumorSerenidadeTra%C3%A7o.pdf



Esta pesquisa visa analisar, tendo como objeto de estudo charges contidas no jornal O Pasquim, a contradição existente no período do governo Médici (1969-1974) entre o “Milagre Econômico” e a situação das camadas populares retratada com conotação de miséria nos traços do cartunista Nani. Serão analisadas, sobretudo, charges publicadas em sua série intitulada Imprensa Nanica que, a nosso ver, retratam a questão da inflação, da fome e da pobreza no Brasil nos anos 1973 a 1981. O Pasquim fora um jornal da imprensa alternativa, surgido em 1969, contemporâneo da promulgação do “AI-5” que intensificava a censura. Este jornal teve grande repercussão no cenário nacional sendo um dos mais lidos no período, principalmente pela elite de intelectuais e jovens da classe média brasileira. As charges contidas neste periódico foram um meio eficaz de contestação, pois como diziam seus próprios autores, os censores pouco ligavam para as imagens, assim, estas conseguiam certa eficácia na transmissão da mensagem, que muitas vezes se encontrava escondida nas entrelinhas. Faz parte desta pesquisa também, analisar a receptividade deste jornal, a qual/quais público(s) ele se destinava. Lembrando que é preciso certa instrução ou informação (contextualização) para entender o conteúdo de uma charge. Este estudo analisará nas charges que retratam a pobreza e a fome no Brasil, não somente a fome física, a necessidade de alimentar-se para a sobrevivência, ou a falta de moradia, de escola, de saúde, mas também a fome de representatividade, de direitos, a fome de igualdade social.

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ENTRE CHARGES E ESCRITAS: AS EXPERIÊNCIAS EDUCATIVAS DE CLAUDIUS CECCON

Aparecida de França Vilwook (2013)
UNIOESTE – Universidade Estadual do Oeste do Parana
http://tede.unioeste.br/handle/tede/880



A finalidade desse estudo consiste em apresentar a figura de um brasileiro que esteve lado a lado com Paulo Freire no exílio, discutindo questões sociais e que, ainda, trabalha em prol de uma educação consciente, política e cidadã. O presente trabalho pesquisa a biografia do caricaturista, arquiteto, escritor e jornalista Claudius Ceccon, buscando apresentar sua diversa produção artística e intelectual, destacando nesta pesquisa a análise de sua produção de charges. Uma de suas primeiras intervenções educacionais foi sua participação no Instituto da Ação Cultural (IDAC), em Genebra, Suíça - um espaço destinado a discussões de projetos voltados à educação popular dos países da América Latina, Europa e do continente africano. O IDAC tem hoje sua extensão no Rio de Janeiro com o Centro de Criação e Imagem Popular (CECIP), que desenvolve projetos voltados à emancipação intelectual e à cidadania. A partir do contexto do IDAC, explana-se acerca do período da ditadura civil-militar (1964-1985), e a atuação de Claudius Ceccon, no Brasil e nos países em que viveu durante o exílio. Destaca-se o recorte temporal (1964- 1988), interligado a biografia de Claudius e a ditadura civil-militar, um processo político e econômico, em que o país encontrava-se suscetível a mudanças radicais. Portanto, na trajetória de Claudius é marcante o contexto ditatorial, sendo uma das consequências o exílio, sua contribuição à criação do Pasquim, um jornal de circulação e referência que contestou paradigmas da moral vigente e da política, bem como o IDAC e o CECIP são referências obrigatórias à biografia de Claudius. Ao destacar Claudius Ceccon como intelectual, elencamos a importância do gênero textual charge em sua produção, pois ao buscar novos meios de transmitir conhecimentos, torna-se necessário considerar formas diversificadas para abordar determinados assuntos. Em relação às charges de Claudius destacam-se suas críticas à vida social, as quais contestam valores e verdades estabelecidas . A partir dessas considerações, buscamos neste estudo verificar o seguinte problema: Qual é o papel das ilustrações de autoria de Claudius Ceccon para o contexto social, político e educacional em cada momento abordado, durante sua atuação no IDAC, no Pasquim e em suas outras publicações.

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ANTIFEMINISMO E RESSENTIMENTO: AS MULHERES NO O PASQUIM

Cíntia Lima Crescêncio (2017)
Seminário Internacional Fazendo Gênero 11 & 13º Congresso Mundos de Mulheres
http://www.en.wwc2017.eventos.dype.com.br/resources/anais/1498609031_ARQUIVO_Cintia_Lima_Crescencio_Texto_completo_MM_FG.pdf



São repetidas as pesquisas que comprovam o antifeminismo do jornal alternativo que foi um fenômeno de vendas e público em plena ditadura brasileira. O Pasquim, fundado em 1969, na cidade do Rio de Janeiro, reunia grandes nomes do jornalismo e do cartunismo, mas, para a história do feminismo no Brasil, o periódico tem outro significado, o jornal leva consigo a fama de publicação machista e antifeminista. Entrevistas que convidavam feministas renomadas a lavar louças, charges que representavam mulheres de maneira objetificada, piadas que insistiam em afirmar que beleza era característica de mulheres burras – e não feministas – foram razões mais que suficientes para O Pasquim ser lembrado por seu antifeminismo. Entretanto, as narrativas de feministas que militavam no período em que o jornal circulou, especialmente durante a década de 1970, apontam a relevância desta publicação que, de algum modo, permitia o protagonismo das mulheres em suas páginas. As memórias feministas confrontam o conteúdo do jornal na medida em que as entrevistadas reconhecem a visibilidade ofertada pelo jornal às pautas feministas e das mulheres. Nesse sentido, a partir dos depoimentos de três mulheres feministas, pretendo refletir sobre o papel do ressentimento na rememoração do O Pasquim. Para isso, faço uso da metodologia da história oral e dos estudos sobre memória.

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A FACE TRANSGRESSORA DA PIADA : EMBATES ENTRE O RISO E A CENSURA

Sarah Monteiro de Castro Tavares Figueiredo (2015)
Universidade Federal de Sergipe - UFS
https://ri.ufs.br/handle/riufs/5995?locale=pt_BR



ste trabalho tem por objetivo discutir o caráter transgressor da piada, concebendo-a enquanto um instrumento de crítica sócio-político-institucional, na medida em que nela encontramos a possibilidade de contestar, de forma dissimulada, as figuras de autoridade, a despeito das restrições sociais. O capítulo inicial, intitulado Uma breve história do riso em três tempos, tem como escopo apresentar a história do riso ao longo dos principais períodos históricos da humanidade, a saber, a Antiguidade greco-romana, a idade média e a modernidade. Ao longo dos séculos, o riso foi tema de incontáveis debates entre políticos e intelectuais no que tange a seus méritos na ordem sociocultural, sempre marcado por momentos alternados de exaltação e interdição. No segundo capítulo, cujo título é A piada e suas vicissitudes no discurso freudiano, nos propomos a investigar a problemática das piadas na vida e obra de Freud. Inicialmente, abordamos a herança cultural germânica e judaica, cuja influência mostrou-se decisiva para atrair o interesse do autor pela problemática em questão. Em seguida, apresentamos o estatuto das piadas na obra freudiana, destacando dois textos específicos relacionados àquela temática, a saber, Os chistes e sua relação com o inconsciente (1905) e O humor (1927). No terceiro capítulo, intitulado À prancheta camaradas: embates entre as piadas e a censura na contemporaneidade, analisaremos alguns exemplos contemporâneos que evidenciam essa relação. Destacamos, sobretudo, dois folhetins satíricos: o Pasquim e o Charlie Hebdo. Cabe salientar que ambos os semanários enfrentaram uma forte censura por parte de instituições mais conservadoras, notadamente, o governo militar e o fundamentalismo religioso.

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A ANISTIA BRASILEIRA DE 1979: VERSÕES E CONTRADIÇÕES A PARTIR DO SEMANÁRIO “O PASQUIM”

Jane Nodari Abbade (2019)
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/199968/PDF%20TCC%20VERS%C3%83O%20OFICIAL%20FINAL%20Jane%20(Revis%C3%A3o%202).pdf?sequence=1



Este Trabalho de Conclusão de Curso tem como proposta analisar o processo histórico que envolve a promulgação da Lei da Anistia de 1979 no Brasil imposta por militares em meio à ditadura civil-militar instaurada em 1964. Buscamos questionar os limites da Lei, como a impunidade dos agentes do Estado que praticaram crimes contra os Direitos Humanos, expondo as diversas narrativas historiográficas sobre a questão. Na segunda parte do Trabalho, apresentamos pesquisa de fontes realizada no interior do semanário carioca O Pasquim (1969-1991), a fim de mostrar como a “patota de Ipanema” direcionou sua linha editorial para a cobertura dos movimentos sociais pró-Anistia em expansão em meados da década de 1970, promovendo divulgação e circulação de diferentes sentidos para a Anistia, assim como de distintas percepções da transição para a democracia no país.

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ENTRE O RISO E O INSULTO: O PASQUIM, CAETANO, GIL, SIMONAL E AS LUTAS SIMBÓLICAS NOS ANOS DE CHUMBO

Givanildo Brito Nunes (2016)
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB
http://www2.uesb.br/ppg/ppgmls/wp-content/uploads/2017/06/Dissert.-Givanildo-Brito-Nunes.pdf



A dissertação analisa a atuação do jornal humorístico O Pasquim entre o final da década de 1960 e o início da de 1970, compreendendo-o como importante agente construtor de memória de duas trajetórias da música popular brasileira: uma, tendo como protagonistas Caetano Veloso e Gilberto Gil; e outra, protagonizada por Wilson Simonal. Nos dois casos, os artistas foram alvos de campanhas de estigmatização realizadas pelo semanário. Os resultados dessas lutas simbólicas foram diferentes: Gil e Caetano continuaram como personagens de destaque no cenário cultural brasileiro; já Simonal foi praticamente esquecido. Analiticamente, pretende-se compreender as motivações das campanhas de estigmatização promovidas pelo jornal, considerando as tensões e disputas de sentido, tanto aquelas internas, no ambiente de produção do jornal, quanto às externas, geradas pela ditadura militar, bem como a diferenciação dos impactos nas carreiras dos referidos artistas. A pesquisa se ancora teoricamente nas reflexões de Pierre Bourdieu e Norbert Elias acerca do poder simbólico e da transmissão de conhecimento entre as gerações. A empiria é composta pelas edições d'O Pasquim, outras fontes documentais incluindo biografias, filmes e livros, além de entrevistas com ex-integrantes do jornal.

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O PASQUIM: CHARGES COMO FONTES DE INFORMAÇÃO E ENFRENTAMENTO À DITADURA MILITAR BRASILEIRA

César Ribeiro Siqueira (2017)
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO - UNIRIO
https://alunoexpert.com.br/wp-content/uploads/2019/07/MODELO-DE-TCC-Bacharel-em-Biblioteconomia-3.pdf



Trata sobre as charges do jornal O Pasquim como fontes de informação e enfrentamento à ditadura militar brasileira. Analisa e categoriza os temas nas charges no contexto político que foram publicadas no Jornal ‘O Pasquim’ no período compreendido entre 1970 a 1976. Explica que em seu contexto histórico, o jornal O Pasquim é compreendido como alternativo, e os temas predominantes abordados nas charges e seu valor como registro histórico. Mediante estudo exploratório, apresenta a revisão de literatura sobre as charges e censura nesse período, e na segunda parte foi dada cobertura dos temas políticos mais representados nas charges durante a Ditadura Militar Brasileira. Os resultados da análise das charges poderem ser compreendidas como registro histórico, capaz de documentar o teor político de um determinado contexto social, pois, como expressão de linguagem, elas são temporais, tendo seu conteúdo o peso e a relevância em determinados períodos históricos aos quais elas satirizam, no caso desse estudo, a Ditadura Militar. Conclui que charges têm seu lugar como recurso de linguagem e fonte de informação, valor de memória histórica e de denúncia e enfrentamento ao Regime Militar.

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