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O Pasquim

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DUAYER

MEMÓRIAS DO DUAYER

Minha passagem pelo Pasquim foi extremamente prazerosa e divertida. E o que poderia ser, além disso, para um cara com 23 anos de idade conviver com aquela patota genial?

Recentemente tive a oportunidade de reviver toda a minha experiência profissional no icônico jornal para contribuir com a pesquisa que embasou o livro Salve-se quem puder: cartuns e fotos de Duayer, organizado pelo jornalista Francisco Ucha e prefaciado por Jaguar, e que comemora os 50 anos do Pasquim por meio dos meus trabalhos lá publicados.

Segundo Jaguar, aportei no Pasquim “[...] num dos períodos de maior sucesso do hebdomadário clicando as entrevistas e as primeiras ‘pasquim-novelas’. Um fotógrafo dos bons”.

O Pasquim funcionava, na época da minha admissão (1973), na Rua Tasso Fragoso, na Lagoa, e tinha uma sala de arquivo/setor fotográfico onde ficava o meu pouso. De tanto ver aquelas feras (Jaguar, Millôr, Ziraldo, Henfil, Fortuna, Claudius) desenharem, acabei rabiscando algumas coisas nas horas vagas. Jogava fora e esquecia.

Um dia — a hora certa no lugar certo — Henfil me viu desenhando. Era um cartum, que ele curtiu e foi logo dizendo que eu tinha de ser cartunista. Mostrou pro Jaguar e o desenho foi publicado. Assim iniciei meu percurso no time de cartunistas do Pasca.

Foram 13 anos de trabalho no Pasquim. Muito aprendizado, conquistas, amizades, brincadeiras, picuinhas, apertos e muita luta contra a ditadura militar e sua abominável censura...

O tempo passou, mas o impacto do jornal repercute até hoje. Suas páginas são sempre revisitadas quando se pesquisa o panorama do país nas décadas de 1970/1980.

O Pasquim contava histórias e acabou fazendo História.

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