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Dom Pedro II

por Maria do Sameiro Fangueiro

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Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bebiano Francisco Xavier de Paula Leocádio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga de Bragança, ou Dom Pedro II do Brasil, nasceu no Palácio de São Cristóvão (Quinta da Boa Vista), Rio de Janeiro, a 2 de dezembro de 1825 e morreu em Paris, aos 66 anos, em 05 de dezembro de 1891, filho de D. Pedro I (1798-1834) e D. Leopoldina (1797-1826).


Pedro de Alcântara começou a estudar com o auxílio de sua camareira-mor, D. Mariana Carlota de Verna Magalhães Coutinho. Instruiu-se em português e literatura, francês, inglês, alemão, geografia, ciências naturais, música, dança, pintura, esgrima e equitação. Seu preceptor foi Cândido José de Araújo Viana. Foi aclamado segundo imperador do Brasil, aos seis anos de idade. Em 23 de julho de 1840, com 15 anos, foi declarado maior, e, no ano seguinte, em 18 de julho de 1941, foi coroado segundo imperador do Brasil. Seu reinado durou até a proclamação da República, em 15 de novembro de 1889. Casou-se em 1842, com a princesa Teresa Cristina Maria, filha de Francisco I, rei das Duas Sicílias, e de Maria Isabel de Bourbon.. Passou à história como um intelectual, apreciador das ciências, das artes, da liberdade de informação e como homem tolerante, aberto ao diálogo e às transformações da vida social. Em Aristolino há um soneto de sua autoria.




Terra do Brasil


Espavorida agita-se a creança,
De nocturnos phantasmas com receio,
Mas se abrigo lhe dá materno seio
Fecha os doridos olhos e descança.


Perdida é para mim toda a esperança
De volver ao Brasil; de la me veio
Um pugillo de terra: e nesta creio
Brando será meu somno e sem tardança…


Qual o infante a dormir em peito amigo
Tristes sombras varrendo da memoria,
Ó doce pátria, sonharei contigo!


E entre visões de paz, de luz, de gloria,
Sereno aguardarei no meu jazigo
A Justiça de Deus na voz da história!


Em: Aristolino, ano 2, n. 2, jan. 1925




O Adeus


(Soneto escripto no mar, depois de desthronado)


Mensageiro do amor e da saudade,
Toma o teu vôo pela azul planura:
Vae dizer ao Brasil em que tristura
Tu nos deixaste aqui, na soledade.


Vogam commigo os meus na immensidade,
Buscando em terra extranha sorte escura,
E eu mais longe inda irei; que, nesta agrura,
Sei que caminho vou da Eternidade.


Mas ah! Que vejo? Apenas te remontas,
Entre dous pegos voejandoás tontas,
Rapido tombas, em revoltas aguas…


Bemvindo sejas, ó celeste aviso,
Que assim me revelaste, de improviso,
A Morte como termo a tantas maguas!…


Em: Senhorita X! : revista mensal, social e illustrada, ano 1, n. 2, nov. 1932.




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