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Maria Clara da Cunha Santos

por Maria do Sameiro Fangueiro

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Maria Clara da Cunha Santos nasceu em Pelotas, RS em 18 de novembro de 1866 e morreu no Rio de Janeiro em 23 de outubro de 1911. Foi casada com o engenheiro José Americo dos Santos, defensor do abolicionismo.


Poetisa, prosadora, cronista e jornalista, ela foi uma das principais colaboradoras da revista A Mensageira, escrevendo a coluna “Cartas do Rio,” onde falava sobre o dia-a-dia da cidade do Rio de Janeiro. Publicava também nos periódicos Rua do Ouvidor e O Lyrio. Com Presciliana Duarte, publicou o livro de versos Pyrilampos e Rumorejos, prefaciado por Adelina Vieira, merecendo muitos aplausos da imprensa e grande aceitação do público.  Escrevia em diversos outros jornais, dentre eles Gazeta de NoticiasO PaizA SemanaTribuna LiberalCorreio da Tarde, Jornal do BrasilA Família.. Publicou em 1902, Painéis, livro de contos, e em 1908, América e Europa, coletânea de contos e textos humorísticos. Dedicou-se também à música, foi violinista e  pintora.




A Estátua


Aquella estatua esplendida e formosa,
Magistral, imponente e deslumbrante,
De uma heroína antiga e triumphante
Tem a fórma divina e graciosa!


Mas essa estatua bella e fascinante,
Que arrebata e se ostenta magestosa,
Foi talhada na phase venturosa
Em que o artista a sorrir se fez amante.


Por isso é que essa estatua enregelada
Que não tem alma e que não tem calor,
Sendo incapaz de amar ou ser amada,


Nos parece sentir com louco ardor,
Pois cuido vel-a e ouvil-a, apaixonada,
Arfante o seio, suspirar de amor.


Em: Rua do Ouvidor n.32, jun.1898.



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