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Odécio de Camargo

por Maria do Sameiro Fangueiro
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Odécio Bueno de Camargo, nasceu em São Paulo, em 1901, e morreu na mesma cidade, em 1965. Estudou no Ginásio do Carmo em São Paulo e diplomou-se em direito pela Faculdade de Direito de São Paulo em 1925, na qual foi presidente do Centro Acadêmico XI de Agosto. Estudou também no Lycée Vandois, na Suíça.


Romancista e contista, participou intensamente da vida política do seu estado. Exerceu a função de chefe da Casa Civil do Estado de São Paulo, em 1938, além de procurador judicial. Foi membro do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo.


Suas obras literárias são: Insônia (novela), de 1931, premiada pela Academia Brasileira de Letras, A sonata do ciúme (conto), de 1932, e Castro Alves: estudante em São Paulo (biografia), premiada no concurso comemorativo do centenário do poeta, em 1947. Na revista Campinas, de sua autoria, “A uma árvore”.




A uma árvore


Muito mais nobre, na altivez serena,
Sem affectar ridicula attitude,
Comparando-se á tua magnitude
Quanto a alma do homem é pequena!


Ao cruel lenhador que te condemna
A’ morte, dás o pão; e dás ao rude
Seringueiro impiedoso, a sombra amena,
Com silenciosa, natural virtude.


Roubam-te os fructos; num fingido abraço
O mata-páu te envolve e te suffoca.
Mas, sem lamento, elevas-te no espaço.


E, indifferente ao mal e á ingratidão,
A verde fronde, farfalhando, tóca
O céu, tão grande como o teu perdão.


Em: Campinas, ano 1, n. 1, out. 1936.



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