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Olavo Bilac

por Maria do Sameiro Fangueiro

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Olavo Braz Martins de Guimarães Bilac nasceu no Rio de Janeiro, em 16 de dezembro de 1865, e morreu na mesma cidade em 28 de dezembro de 1918. Era filho de Braz Martins dos Guimarães Bilac e Delfina de Paula dos Guimarães Bilac.


Poeta, cronista, conferencista, fundou vários jornais, a maioria de vida mais ou menos efêmera: A Cigarra, O Meio, A Rua. Substituiu Machado de Assis, na seção “Semana”, da Gazeta de Notícias durante alguns anos. Considerado o maior poeta parnasiano brasileiro, sua obra foi influenciada pela poesia francesa e portuguesa dos séculos XVI e XVII e é marcada por certo erotismo e grande emoção. Seu primeiro soneto, denominado “A sesta de Nero”, foi publicado na Gazeta de Notícias, em 1884. Em 1886, colaborou com a revista A Semana, publicação de Valentim Guimarães, tendo como companheiros de redação Machado de Assis, Alberto de Oliveira, Aloísio de Azevedo, Raimundo Correia e outros.


Estudou medicina durante cinco anos quando desistiu, e foi tentar cursar direito, em São Paulo. De volta ao Rio, estreou com grande êxito, ao publicar, em, 1888 o livro Poesias. Produziu contos, crônicas, além de obras didáticas.


Olavo Bilac foi um dos poetas brasileiros mais populares e mais lidos, tendo sido eleito o “Príncipe dos Poetas Brasileiros”, no concurso feito pela revista Fon-Fon, em março de 1913. Participou ativamente da política brasileira, sendo um dos fundadores da Liga da Defesa Nacional, em 1916. Aliou-se a José do Patrocínio na luta pela abolição da escravatura. Foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, ocupando a cadeira 15, cujo patrono é Gonçalves Dias. É autor do Hino à Bandeira Nacional.




Falei tanto de amor…


Falei tanto de amor… de galanteio,
vaidade e brinco, passatempo e graça,
do desejo fugaz, que brilha e passa
no relâmpago breve com que veio…


O verdadeiro amor, honra, ou desgraça,
goso ou supplício, no intimo fechei-o:
nunca o entreguei ao publico recreio,
nunca o expuz, indiscreto ao sol da praça.


Não proclamei os nomes que, baixinho,
rezava… E ainda hoje, timido, mergulho
em funda sombra o meu melhor carinho.


Quando amo, amo e deliro sem barulho;
e, quando soffro calo-me, e definho
na ventura infeliz do meu orgulho.


Em: Aristolino, ano 2, n. 2, jan. 1925.



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