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Na segunda metade do século XV, poucos anos depois das primeiras experiências de impressão com tipos móveis na Europa, mais de 1700 prelos, espalhados por mais de 300 cidades, produziram 40 mil edições, 20 milhões de exemplares. Um trabalho que faria circular ideias e notícias de todos os tipos e dos mais variados pontos de vista, para cada vez maiores parcelas da população.
No Brasil, costuma-se relacionar o momento inaugural das atividades de impressão no país, com a chegada da corte portuguesa, em 1808, e a criação, no mesmo ano, da Impressão Régia, responsável pela publicação de documentos oficiais, da Gazeta do Rio de Janeiro e de folhetos e livros, prestando serviços, inclusive a particulares.
Todavia, há informações que indicam haver impressão em terras brasileiras, antes daquela data. Em 1706, em Recife, funcionaria uma tipografia. Em 1747, no Rio de Janeiro, foi impressa a Relação de entrada que fez o Excellentíssimo e Reverendíssimo Senhor D. F. Antonio do Desterro Malheyro, Bispo do Rio de Janeiro, em primeiro dia deste prezente anno de 1747. Em 1770, em Salvador, funcionaria uma fábrica de baralhos. Em 1802, uma ordem real determinaria a punição de impressores falsificadores de cartas e de moeda em Salvador e no Rio de Janeiro. Em 1806, em Vila Rica, teria havido um movimento de impressão de documentos. Recuando-se mais no tempo, há conjeturas sobre atividades de impressão durante a presença holandesa em Pernambuco.
Se até a instalação da corte no Brasil, a imprensa não existia ou era rarefeita, quase clandestina, nos anos seguintes o ritmo de instalação de prensas foi intenso. Em 1822, ano da independência, há notícias de haver prensas funcionando nas principais cidades de norte a sul do país. No século XIX, no Rio de Janeiro, a atividade de impressão era intensa, com tipografias grandes e pequenas concentradas nas ruas do centro da cidade. O mapa que acompanha o texto de cada tipografia serve de referência para uma aproximação aos endereços em que a atividade se desenvolvia.

Planta da cidade do Rio de Janeiro: 1900 - Acervo da Fundação Biblioteca Nacional - Brasil