BNDigital

Periódicos & Literatura

< Voltar para Dossiês

Valentim Magalhães

por Maria do Sameiro Fangueiro

banner_personagens_050_valetim_magalhaes


Antônio Valentim da Costa Magalhães nasceu no Rio de Janeiro, a 16 de janeiro de 1859, e morreu na mesma cidade, a 17 de maio de 1903. Era filho de Antônio Valentim da Costa Magalhães e de Custódia Maria Alves Meira. Aos 13 anos começou a escrever poesias. Estudou na Faculdade de Direito, em São Paulo. Colaborou na A República, periódico do Club Republicano Acadêmico, onde escreveu seus primeiros folhetins críticos.


Sua obra é extensa e composta por ensaios, poemas, contos, romances, crônicas e teatro, entre os quais se destacam Ideias de moço (ensaios, 1878), Quadros e contos (1882), Vinte contos e fantasias (1888), Inácia do Couto (comédia, 1889), Briac-à-brac (contos, 1896), Cantos e lutas (1897), Flor de sangue (romance, 1897), Rimário (1899). Colaborou com os jornais de maior circulação de São Paulo: Província de São PauloO Correio PaulistanoA Gazeta de Notícias e A Gazeta da Tarde, publicando contos, poesias e folhetins. De volta ao Rio de Janeiro dirigiu A Semana, periódico fundado em janeiro de 1885. Além de literatura, este último periódico fazia propaganda abolicionista e republicana. Valentim Magalhães foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, ocupando a cadeira número 7, cujo patrono é Castro Alves. Foi o fundador da revista A Educadora.




Medalhões de actrizes


Chloé pubere apenas, fresca aurora
De mulher; linhas nobres de palmeira
Moça, em que a seiva exuberante aflora
E que agita as espatulas, faceira.
Nos olhos a alegria sobranceira
De voar, azas abertas, vida em fóra.
Na voz tem da menina a derradeira
Gamma e as primeiras notas da senhora.
Nervos crueis, de velho stradivarius,
Em que uma herança de paixões ressalta,
Torturando-os, febris, tumultuários.
Quando surgiu, radiosa, no proscenio,
Apagaram-se as luzes da ribalta,
E a sala encheu-se da manhã de um gênio.


Em: A Educadora, n. 1, ago. 1899.



Parceiros