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Júlio Salusse

por Maria do Sameiro Fangueiro

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Júlio Mário Salusse, filho de Júlio Mário Salusse e de Hortência Maria de Queirós, nasceu na fazenda do Gonguy, em Arraial do Senhor do Bom Jesus, atual município de Bom Jesus do Itabapoana, RJ, no dia 30 de março de 1872, e morreu no Rio de Janeiro, em 30 de janeiro de 1948.

Publicou seus primeiros versos na Gazeta de Notícias. Estudou na Faculdade de Direito de São Paulo, porém não concluiu o curso. Ao herdar do avô uma grande fortuna, viajou para a Europa, onde levou uma vida entre festas e farras, gastando grande parte de sua herança. Voltando ao Brasil, conclui o curso de direito, passando a advogar e atuar como promotor público em Paraíba do Sul e, mais tarde, em Nova Friburgo, cidades do estado do Rio de Janeiro. Publicou Nevrose azul seu primeiro livro em 1884. Em seguida publicou Sombras, em 1901, e a novela A negra e o rei, em 1927. Graças ao soneto “O cysne”, ficou conhecido como o Poeta dos Cisnes.

 

O cysne


A vida, manso lago azul algumas
Vezes, algumas vezes mar fremente,
Tem sido para nós constantemente
Um lago azul sem névoas nem espumas,


Sobre elle quando, desfazendo as brumas
Matinaes, rompe um sol vermelho e quente,
Nós dous boiamos indolentemente,
Como dous cysnes de alvejantes plumas.


Um dia um cysne morrerá, por certo;
Quando chegar esse momento incerto,
No lago, onde talvez a água se tisne,


Que o cysne vivo, cheio de saudade,
Nunca mais cante, nem sozinho nade,
Nem nade nunca ao lado de outro cisne!


Em: Almenáras, ano 1, n. 1, mar. 1921.



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