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Leôncio Correia



Leôncio Correia nasceu em 01 de setembro de 1865, em Paranaguá, PR, e morreu no Rio de Janeiro, RJ em 19 de junho de 1950. Foi advogado, jornalista, político e escritor. Filho de João Ferreira Correia e de Carolina Pereira Correia. Pertencia a uma família de políticos e de empresários de grande influência do Paraná. Ficou órfão de pai aos seis anos sendo tutelado por seu tio o Comendador Ildefonso Pereira Correia, (1849-1894), político e empresário no setor de erva-mate da, então. província.

Viveu no Rio de Janeiro, e estudou no Colégio Pedro II, entretanto não foi possível encontrar nas fontes pesquisadas, o período em que morou na cidade. Quando voltou a viver no Paraná, ingressou na vida política. Exerceu o mandato de deputado estadual por duas legislaturas de 1892 a 1897. Nesse mesmo período, deu início a alguns projetos jornalísticos.

Fundou o jornal Quinze de Novembro, em 1889, sendo ele próprio seu redator chefe. A BN possui o n.13 e o n.19 deste periódico. Em outro jornal, o Diário do Commércio: propriedade da Companhia Impressora Paranaense, de 1891, Leôncio aparece como redator até o número 254, deste mesmo ano. Entretanto, a partir de 1892, o jornal aparece com outro subtítulo, Diario do Commercio: propriedade do Barão do Serro Azul. Foi também colaborador em outras publicações como Gazeta Paranaense, O Cenaculo (PR), além de Cidade do Rio, de 1887, cujo proprietário e diretor foi José do Patrocínio (1853-1905).

Atuou tanto na vida política como na vida acadêmica. Exerceu o mandato de deputado estadual pelo Paraná por duas legislaturas de 1892 a 1897, entre 1897 e 1899, período em que retorna à capital do país. Fixando residência no estado do Rio de Janeiro, foi diretor no Ginásio Fluminense, situado em Petrópolis, e diretor do Ginásio Nacional, atual Colégio Pedro II. Lecionou história na antiga Escola Normal, atualmente Instituto de Educação do Rio de Janeiro, ocupando a direção desta escola, por um período. Não foi possível encontrar, as datas de sua atuação nestes centros de ensino, nas fontes pesquisadas.

Foi presidente da Liga Espírita do Brasil, atual Liga Espírita do Estado da Guanabara, no triênio 1939-1942. Em 1922, participou do Conselho da Associação Espírita Obreiros do Bem, entidade que ainda existe e está sediada no bairro de Rio Comprido, Rio de Janeiro.

Participou da Academia de Letras do Paraná, instituição criada em 1922 e dissolvida tempos depois. Em 1936, Ulysses Falcão Vieira, também personagem deste dossiê, criou uma nova agremiação a Academia Paranaense de Letras, para, segundo ele próprio, resgatar o valor cultural da antiga academia. Leôncio Correia foi um de seus fundadores.

Escreveu, Barão do Serro Azul, publicado em 1942, A Bohemia do meu tempo, editado no Rio de Janeiro em 1935, A verdade histórica sobre o 15 de novembro, editado pela Imprensa Nacional em 1939. Foi biografado por Claudio Murilo (1937- ) com o livro Leôncio Correia, poeta do amor, editado em 1957 pela Editora Prata da Casa, de Curitiba. Antes havia sido lembrado por Deolindo Amorim (1906-1984), em O sentido imortalista do pensamento de Leôncio Correia, em conferência apresentada durante as comemorações do aniversário do personagem, em 1. de setembro de 1955, no Centro Paranaense, localizado no Rio de Janeiro. A versão escrita dos estudos de Amorim, foi publicada, pela mesma Editora Prata da Casa.

Seu nome aparece em ruas de cidades do Brasil, incluindo Paranaguá, sua cidade natal, no Leblon, Rio de Janeiro e em Duque de Caxias, Rio de Janeiro. Colégios também receberam o nome deste escritor: Escola Municipal Leôncio Correia, na localidade de Guaratiba, Rio de Janeiro, Escola Estadual Leôncio Correia, em Curitiba, e a Creche Leôncio Correia em Brasília.


Mãe

Mãe! minha mãe! na doce claridade
Dos teos olhos tranquillos e maravilhosos
Ri-se Deos; e, se Deos não rir, quem ha-de
Rir, ó Santa, por olhos tão piedosos?

Como as estrellas pela immensidade,
Desenrolam-se nella os dons formosos
Dessa alma; e, os vejo__Mãe!__ com que saudade!
Com que sabor de beijos lacrimosos!

Pois, que a vida me dando, Mãe, me deste
Parte da tua, e o teo amor, que enlaça
Meo ser, como uma faixa azul-celeste;

Sei que darias, com um sorriso doce,
Para salvar o teo filho da desgraça,
A propria vida, se preciso fosse...

Em: O Cenaculo (PR), n. 1, 1895

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