Periódicos & Literatura
< Voltar para DossiêsA Revista (CE)
por Maria Ione Caser da Costa
O periódico com o título A Revista, foi publicado em Fortaleza, capital do estado do Ceará, no dia 26 de fevereiro de 1888, e foi impresso pelas máquinas da Typographia do Cearense.
Os redatores e proprietários d’A Revista foram Joaquim Olympio, Ximenes de Aragão e Belfort Sobrinho e a redação funcionava na rua do General Sampaio, nº 56.
Este título ainda não foi digitalizado. Para consulta-lo, é necessário comparecer presencialmente e consultar seu microfilme, na Coordenação de Publicações Seriadas da Biblioteca Nacional.
O editorial, sem indicação de autoria, fala, dentre outras coisas, sobre a criação e a vida do periódico enquanto material primário de pesquisa.
A Revista não apresentou valor de venda do exemplar avulso, somente valores para as assinaturas, que eram diferenciados, para a capital ou para o interior e outras províncias. Na capital, a assinatura mensal valia 1$000 e a trimestral, 2$500, e para o interior e as províncias os valores cobrados eram de 2$500 e 5$000, nas assinaturas trimestrais ou semestrais, respectivamente.
Um único exemplar está microfilmado, o informado acima, com quatro páginas e cada uma delas dividida em três colunas, separadas por um fio simples. Não apresentou ilustração.
De acordo com informação encontrada no editorial de outra publicação, também editada em Fortaleza, A Revista deixou de circular, sendo continuada por O Domingo: folha litteraria, que também faz parte do Dossiê Periódicos & Literatura.
A Revista publicou poesias, conto, pequenos textos valorizando as mulheres e notícias sobre lançamento de livros. Wenceslau de Queiros (1863-1921), Joaquim Olympio, Luiz Guimarães Junior (1845-1898) são alguns dos seus colaboradores. A seguir, um soneto de Joaquim Olympio com o título “Noites de inverno”.
Noites de inverno
Que noites eu passo aqui;
Longe da luz dos teus olhos!
Eu vago n’um mar de abrolhos
Vivendo longe de ti.
La fora geme a tristeza
Do inverno cruel sombrio;
As noites não teem belleza
E o leito é deserto e frio.
E tú nestas noites frias,
Crueis, de inverno sombrias;
De manso como um ciclo,
Por que não vens com teu riso
Transformar n’um paraiso,
O leito deserto e frio?
Os redatores e proprietários d’A Revista foram Joaquim Olympio, Ximenes de Aragão e Belfort Sobrinho e a redação funcionava na rua do General Sampaio, nº 56.
Este título ainda não foi digitalizado. Para consulta-lo, é necessário comparecer presencialmente e consultar seu microfilme, na Coordenação de Publicações Seriadas da Biblioteca Nacional.
O editorial, sem indicação de autoria, fala, dentre outras coisas, sobre a criação e a vida do periódico enquanto material primário de pesquisa.
Já correram os tempos em que o prologo era a porta indispensável de entrada para o livro, e o programma a chave para a sahida do Jornal.
A avidez do espirito publico já não supporta esses pesados formulários.
Quer entrar logo, como o raio, no amago dos factos, embora chegue, observe, scisme, e pare.
Feliz de quem hoje exhibe uma carta de – apresentação: terá a sorte dos que por ahi andão com os bolços cheios de attestados de carta de recomendações, ou de conducta ou de talento.
E o espirito publico tem razão, uma vez que diariamente tem sido enganado julgando pelos rótulos.
E, pois, o nosso programma é não ter programma. [...]
A literatura apossou-se tambem dele, e com melhor praça do que as sciencias, pois que estas são pesadas e reflectidas, e aquella é simplesmente o producto variavel e fluctuante de cada sociedade.
É sujeita ás mudanças sociaes, ás evoluções e revoluções do espirito humano; segue-o reflitindo as idéias e paixões que agitam os homens e as classes.
Imprime-lhe emfim a vida moral e intelectual.
Mas, assim como a litteratura não mata a sciencia e antes lhe abre passagem, o jornal não mata o livro e simplesmente o precede, como o afasta de toda a propaganda.
A Revista é filha desta tendencia, senão desta necessidade da educação moderna.
Será um campeão do ensino, do gosto, e da critica litteraria, se a penna dos mestres a favorecerem.
Em todo caso será uma modesta officina de aprendizagem para nós, os seus jovens fundadores, e para quantos tenhão a nobre ambição de a preceder, na ausência d’aquelle desejado concurso.
Taes são os motivos com que justificamos a aparição da Revista.
A Revista não apresentou valor de venda do exemplar avulso, somente valores para as assinaturas, que eram diferenciados, para a capital ou para o interior e outras províncias. Na capital, a assinatura mensal valia 1$000 e a trimestral, 2$500, e para o interior e as províncias os valores cobrados eram de 2$500 e 5$000, nas assinaturas trimestrais ou semestrais, respectivamente.
Um único exemplar está microfilmado, o informado acima, com quatro páginas e cada uma delas dividida em três colunas, separadas por um fio simples. Não apresentou ilustração.
De acordo com informação encontrada no editorial de outra publicação, também editada em Fortaleza, A Revista deixou de circular, sendo continuada por O Domingo: folha litteraria, que também faz parte do Dossiê Periódicos & Literatura.
A Revista publicou poesias, conto, pequenos textos valorizando as mulheres e notícias sobre lançamento de livros. Wenceslau de Queiros (1863-1921), Joaquim Olympio, Luiz Guimarães Junior (1845-1898) são alguns dos seus colaboradores. A seguir, um soneto de Joaquim Olympio com o título “Noites de inverno”.
Noites de inverno
Que noites eu passo aqui;
Longe da luz dos teus olhos!
Eu vago n’um mar de abrolhos
Vivendo longe de ti.
La fora geme a tristeza
Do inverno cruel sombrio;
As noites não teem belleza
E o leito é deserto e frio.
E tú nestas noites frias,
Crueis, de inverno sombrias;
De manso como um ciclo,
Por que não vens com teu riso
Transformar n’um paraiso,
O leito deserto e frio?