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Múcio Teixeira

por Maria do Sameiro Fangueiro

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Múcio Scévola Lopes Teixeira nasceu em Porto Alegre, em 13 de setembro de 1857, e morreu no Rio de Janeiro, em 8 de agosto de 1926. Era  filho de Manuel Lopes Teixeira e de Maria José Sampaio Teixeira. Estudou no Colégio Gomes, em Porto Alegre, onde conviveu com Demétrio Ribeiro, Assis Brasil e Júlio de Castilhos.


Escritor, jornalista, teatrólogo, diplomata, tradutor e poeta, é autor de mais de setenta obras entre peças teatrais, ensaios, romances, dramas, poesias, traduções e biografias. Publicou seu primeiro livro de poesias aos 15 anos, com o título de Vozes trêmulas. Fundou a Sociedade Pártenon Literário, em Porto Alegre. Organizou uma antologia de poesias traduzidas chamada Hugonianas, em homenagem a Victor Hugo, quando da morte deste autor. É autor da primeira biografia sobre Castro Alves. Escreveu sob vários pseudônimos, Barão de Ergonte, quando tornou-se astrólogo e quiromante profissional, e outros como Boêmio, Muciano Tebas, Manfredo, Felício Fortuna & Cia. É patrono da cadeira número 15, da Academia Rio-Grandense de Letras, e da cadeira número 35, da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras.


Ocupou, de 1882 a 1884, o Consulado Geral na Venezuela. De grande erudição, Múcio Teixeira falava e escrevia em francês, inglês, alemão, italiano, castelhano e esperanto. Conhecia latim, grego e hebraico. Na revista A Evolução Litteraria, na página intitulada “Homenagem aos mestres”, ele foi lembrado com um poema de sua autoria.



Onde o corpo não vai, projecta-se o olhar,
Onde pára o olhar, prossegue o pensamento;
Assim, n’esse constante, eterno caminhar,
Ascendemos do pó, momento por momento.

Além da atmosphera e além do firmamento,

Onde os astros, os soes, não cessam de girar,
Há de certo mais vida e muito mais alento
Do que nesta prisão mephitica, sem ar.


Pois bem, si não me é dado em vigoroso adejo,
Subir, subir… subir nos mundos que não vejo,
Mas que um não sei o que me diz inda hei de ver…


Quero despedaçar os élos da matéria,
Perder-me pelo azul da vastidão etherea
E ser o que só é quem já deixou de ser!




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