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Gonçalves Crespo

por Maria do Sameiro Fangueiro

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António Cândido Gonçalves Crespo nasceu no Rio de Janeiro, em 11 de março de 1846, e morreu em Lisboa, em 11 de junho de 1883, filho de Antônio José Gonçalves Crespo, negociante português, e de Francisca Rosa. Aos 14 anos e com problemas de saúde, foi enviado pelo pai a Portugal. Em 1877, formou-se em direito pela Universidade de Coimbra, onde conheceu e fez amizade com intelectuais.


Casou-se, em 1874, com a escritora e poetisa portuguesa Maria Amália Vaz de Carvalho (1847-1921), com quem teve três filhos.


Político e membro da Academia Real das Ciências de Lisboa, colaborou com o periódico O Ocidente e com a revista A Folha, ao lado de Guerra Junqueiro e Antero de Quental, dirigida por João Penha, introdutor do parnasianismo em Portugal. Colaborou também em diversos jornais portugueses, como Mosaico e Literatura Ocidental, de Coimbra, e foi redator do Jornal do Comércio, de Lisboa.


Influenciado pela escola parnasiana, abandonou a estética romântica. Suas poesias foram reunidas nas coletâneas Miniaturas (1871) e Nocturnos (1882). Escreveu, em colaboração com Maria Amália, o livroContos para nossos filhos, publicado em 1886.




A Noiva


A noiva passa rindo
De rosas coroada,
Como um botão surgindo
A´luz da madrugada.


Na fronte immaculada
O véu lhe desce lindo,
E a brisa ennamorada
Lhe furta um beijo infindo.


Ante o altar se inclina
A noiva, e purpurina
Murmura a medo: “Sim.”


Agora é noite; a lua
No céo azul fluctua,
E o noivo diz: “Enfim!”


Em: O Esfolado, n. 1, set. 1904.



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