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Rubens de Mendonça

por Maria do Sameiro Fangueiro

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Rubens de Mendonça nasceu em Cuiabá, MT, a 27 de julho de 1915, e morreu na mesma cidade a 3 de agosto de 1983. Seu pai, Estevão Anastácio Monteiro de Mendonça, era historiador. Em 1937, matriculou-se na Faculdade de Direito de Cuiabá, na qual fundou e presidiu o Grêmio Literário Álvares de Azevedo. Pertenceu a várias associações culturais. Fundou e dirigiu os jornais O TrabalhistaBrasil OesteO Social Democrata. Publicou  nos jornais Correio da SemanaA BatalhaO Social DemocrataO Estado de Mato GrossoCorreio da ImprensaJornal do Comércio, de Campo Grande, Atualidade, de Corumbá, e o Diário de Cuiabá. Naquela última publicação escrevia na coluna “Sermão dos Peixes”.

Fundou com Gervásio Leite e João Batista Martins de Melo o periódico Pindorama, em 1939. Escreveu extensa obra com cerca de 50 livros, quase todos de cunho regionalista, entre os quais se destacam: História de Mato Grosso e ruas de Cuiabá, História do comércio de Mato Grosso, Sátiras na política de Mato Grosso, Nos bastidores da história de Mato Grosso.

Como poeta, Rubens de Mendonça escreveu Cascalhos da ilusãoGarimpo do meu sonhoNo escafandro da vidaAntologia BororoDom Pôr do Sol. Deixou inéditos pelo menos 19 títulos. Foi, durante muitos anos, até seu falecimento em 1983, Secretário Perpétuo do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso. É nome de uma das mais importantes vias de Cuiabá.




Tarde chuvosa


Para a cidade verde


a tarde é triste e branca;
é branca e triste porque chove
e chove muito.
e o vento passa bramindo,
lá fóra.
é forte, é muito forte
o vento… rodopiam
as folhas dos eucalyptos
e caem por terra.


chora a natura,
e minh’alma, tambem
chora,
agora,
por lembrar do nosso amôr passado…
tudo acabado!
e minh’alma chora de dôr,
ao lembrar o nosso amôr…
foi num dia
assim, de chuva assim,
que te beijei
primeira vez, meu amor…


chovia,
era uma tarde triste,
muito triste e fria…


Em: Cidade verde, ano 1, n. 2, set. 1935.



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