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Mário de Alencar

por Maria do Sameiro Fangueiro

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Mário Cóchrane de Alencar nasceu no Rio de Janeiro, em 30 de janeiro de 1872, e morreu na mesma cidade, em 8 de dezembro de 1925. Era filho do escritor José de Alencar e de Georgina Cóchrane de Alencar. Bacharelou-se pela Faculdade de Direito de São Paulo. Ao longo da vida seria poeta, jornalista, contista e romancista,


Em outubro de 1888, Mário de Alencar venceu o concurso promovido pelo jornal Novidades, como a melhor tradução de dois sonetos de José Maria de Herédia (1842-1905), poeta de origem cubana.


Ainda estudante de direito, foi redator, com Mário Pederneiras e Pardal Mallet, o jornal A Luta, dirigido por Osório Duque-Estrada. Em outubro de 1891, durante o lançamento da pedra fundamental da estátua de José de Alencar, consolida-se a amizade entre ele e Machado de Assis, de quem seria protegido o resto da vida. Em 1895, teve início uma troca de correspondência entre os dois, que somente foi encerrada em 28 de agosto de 1908, com o agravamento da doença do autor de Dom Casmurro.


Autor de folhetins e colaborador em diversos jornais e revistas, Mário de Alencar usava pseudônimos como: Deina, John Alone, M. A. e Marial. Colaborou para alguns jornais, dentre eles: O Mundo LiterárioRevista BrasileiraGazeta de NotíciasJornal do CommercioRevista da ABL e Revista da Língua Portuguesa. Foi membro da Academia Brasileira de Letras, ocupando a cadeira de número 21, a partir de outubro de 1905. Seu primeiro livro de poesias, Lágrimas, foi publicado em 1888, quando ainda estudante. Outras obras do escritor são Versos (1902), Ode cívica ao Brasil (1903), Alguns escritos (1910), O que tinha de ser (1912) e Contos e impressões (1920).




Sinhá


Cantam cigarras. Cicia O azul do dia. Dia ardente de verão. Que prazer passar a sesta Sem nenhum trabalho, nesta Doce paz do coração! Trabalho é fructo do frio: Faz mal no estio, Que só quer cantiga e amor. Acaso trabalha o vento E este rio somnolento? Acaso trabalha a flor? Vadio anda o vento agora; Passa e namora A flor que beijos lhe deu. Vae o rio tão dengoso, Murmurando suspiroso, Cheio de terra e do Céo.


Trecho de poema em: O Baile, n. 1, maio 1906.



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