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Edeltrudes de Menezes

por Maria do Sameiro Fangueiro
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Anna Edeltrudes de Menezes nasceu no Rio de Janeiro, em 03/02/1825, filha do   tenente coronel Manoel Joaquim de Menezes e de Eufemia Marciana de Menezes. Nos registros do congresso nacional, referentes ao ano de 1877, aparece uma informação sobre ela receber o benefício de pensão de seu pai, no valor de 24$000 mensais. A pouquíssima informação compilada sobre ela restringe-se às anotações de Sacramento Blake, em seu Dicionário Bibliográfico Brasileiro, primeira edição de 1883:


Nunca fez collecção de suas composições, mas escreveu varias poesias que se acham publicadas em diversos periódicos da Corte, como o Jornaldo Commercio, Correio Mercantil, Jornal das Senhoras, Ensaios Litterarios, Medico do Povo,etc.


Ainda segundo Blake, Edeltrudes de Menezes teria deixado “várias poesias inéditas.”


Além desses periódicos, suas poesias aparecem no periódico Estréa litteraria, obra do acervo da Biblioteca Nacional, sendo transcritas abaixo:


Mote. 


Deste lugar a tristeza


Agrada a meu coração.


GLOSA.


Gosto da sombra noturna:


Como é calma a natureza!


Nein-um ruído perturba


Deste lugar a tristeza


Amo a sombria belleza


Desta agreste solidão;


Buscando consolação


Contra os pezares do mundo,


Este silencio profundo


Agrada a meu coração.


Em: Estréa litteraria, anno1,n.2,out.1864


Mote.


Finos cabellos prenderão


Pulsos que ferros quebrarão


GLOSA.


Estes pulsos que orgulhosos


Nem-um poder conhecerão


Co’ a mão mimosa de Armia,


Finos cabellos prenderão.


Os seus olhos me renderão


Quando nos meus se fitarão


E alma e vida ficarão


P’ra sempre escravas de Amor


Do mando o joven traidor


Pulsos que ferros quebrarão.


Em: Estréa litteraria, anno1,n.4,nov.1864

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