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Minerva fluminense: revista mensal orgão do Gremio Polymathico Bethencourt da Silva

por Maria Ione Caser da Costa
Minerva fluminense: revista mensal orgão do Gremio Polymathico Bethencourt da Silva circulou no final do período imperial, sendo lançada no Rio de Janeiro. Publicação voltada para os mais variados assuntos, com ênfase na arte e na literatura.

O único exemplar existente na Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional é o número 3, de janeiro de 1887. A data provável da primeira edição é novembro de 1886, por ser uma publicação mensal.

Minerva fluminense foi impressa pela Typographia Mont’Alverne, localizada no Largo da Carioca, nº 3. Os responsáveis pela redação foram J. Borges Carneiro, Rangel de S. Paio e Jeronimo Simões.

Os interessados em adquirir a publicação deveriam enviar correspondência para o Lyceu de Artes e Officios, ealém de escolher entre assinatura semestral, que valia 3$000 ou a assinatura anual, por 6$000.

Na ausência do exemplar de lançamento da revista não se pode descrever aqui os motivos que motivaram a criação de um novo periódico. Pode-se, entretanto, fazer menção aos artigos presente sno fascículo descrito acima.

Inicia com o artigo “Higyene mental”, assinado pelo Dr. Carlos Costa, professor de “Hygiene do Lycêo de Artes e Officios, continuação de artigo publicado no número 1. Segue com o artigo de Araripe Junior, “A arte como função”, também continuação de outro publicado anteriormente. “Propriedade   da   linguagem” de Guilherme Bellegarde, “O Ensino da geometria no Brasil” de B. Ribeiro de Freitas, “Uma these de Direito Maritimo” por Silvio Romero, “A arte nacional e os artistas”, uma homenagem a Arthur Azevedo, assinado por Ludovico Berna. “A delicadeza na arte” por M. C. Martha do Instituto de França. Eis alguns títulos de artigos impressos no fascículo terceiro de Minerva fluminense.

Entremeando os artigos, nas 18 páginas que compõe a publicação estão vários poemas. A seguir um soneto de Pereira de Carvalho com o título “Extase”.

Extase

Silencio coração! Eu quero as harmonias
Sentir do bandolim de sua voz divina!
- Vem, meu anjo, vem! Canta a bella cavatina,
Mostra-me o paraiso e róseos faz-me os dias!

Segreda-me baixinho as finas melodias
Que tu sabes c’o a voz celeste e adamantina;
Modula-me gorjeios – ave peregrina!
- E dá-me as sensações das tuas fantasias!

E falle-me de amor – fala-me – ou antes canta!
Leva-me pelo azul das amplidões que adoras.
Conduz-me para a luz, a luz tambem me encanta!

Passaremos a vida entre risos e auroras
O mundo de minh’alma alegrarás, oh santa!
- Com tua voz de notas – ideaes sonoras!

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