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Eusebio de Souza

por Maria do Sameiro Fangueiro

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Eusebio Néri Alves de Souza foi jornalista, historiador, teatrólogo e poeta. Nasceu em Recife (PE), em 14 de agosto de 1883 e morreu em Fortaleza (CE), em 29 de setembro de 1947. Filho de José Néri Alves de Souza, e de Maria Galdina Alves de Souza.  Estudou no Ginásio Pernambucano onde começou seu interesse pelo jornalismo. Mais tarde estudou na Faculdade de Direito do Recife, formando-se em 1907.  Em 1908 foi viver no Ceará. Trabalhou como magistrado em vários municípios do interior do Ceará, onde conciliava a profissão de juiz com o emprego de jornalista, fazendo trabalhos como dramaturgo e historiador. Ainda no interior escreveu peças teatrais tais como: Amor noturno, Por causa do bicho condescendente, Tiro infantil, Um médico em apuros e Uma professora em apuros. Em 1909, casou-se com Márcia Monteiro Osório, filha de Arnaldo Osório e de Isabel Monteiro Osório.


Em 1927, mudou-se com a família do interior do Ceará para Fortaleza. Afastou-se da magistratura e dedicou-se à advocacia. Outras ocupações fizeram parte de sua vida dentre as quais a de redator-chefe do jornal Gazeta de Notícias, no período de 1928 e 1929. Foi diretor do Museu Histórico do Ceará, entre 1932 e 1942, e do Arquivo Público do Estado.  Escreveu para a Revista do Instituto do Ceará, Revista da Academia Cearense de Letras, Almanaque do Ceará e revista Numária. Além destas, colaborou com diversas publicações de outros estados, destacando-se: Revista do Instituto Arqueológico Pernambucano, Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro, Almanaque do Rio Grande do Sul, entre outras.


Eusébio de Souza escreveu, principalmente, sobre temas históricos e temas regionais, deixando uma extensa bibliografia. Deixou trabalhos inéditos como: Tradição militar, Os Patronos do Exército Brasileiro, Clarindo – o Cidadão Soldado e a História Militar do Ceará.


Foi membro do Instituto do Ceará, fundado em março de 1887, onde ocupou a cadeira de n.3. Em O Album, de julho de 1900, localizamos de sua autoria o folhetim intitulado O Pedante, além do poema abaixo.



Quando te vejo


Quando te vejo sempre cercada
Cantarolando lindos versinhos,
A semelhança da voz d’anjinhos,
Quero abraçar-te, beijar-te, amada.

Quando te vejo cheia de dores
Sempre pensando no nosso enlace,
Desejo junto da tua face
Depôr formosos ramos de flores.

Quando te vejo co’os teus primores
Bellacreança, o meu coração
Por ti palpita cheio d’amores,

Pensando só na nossa união
Vida completa de resplendores
Felicidade, gozo e affeição.
Em: O Album: Orgão da Sociedade Litteraria Bernardo Vieira de Mello, anno 1,n.3, ago.1900

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