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Arthur Azevedo

por Maria do Sameiro Fangueiro

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Arthur Nabantino Gonçalves de Azevedo é o nome completo do poeta, dramaturgo e jornalista Arthur Azevedo, nasceu em São Luís do Maranhão em 07 de julho de 1855, e morreu em 22 de Outubro de 1908, na cidade do Rio de Janeiro. Filho de David Gonçalves de Azevedo (18_?-1878),  vice-cônsul de Portugal em São Luís, e, de Emília Amália Pinto de Azevedo. Irmão mais velho do também escritor, jornalista e caricaturista Aluísio Azevedo (1857-1913), autor de O Cortiço e O Mulato, entre outras obras de grande sucesso.


Arthur Azevedo começou a trabalhar no comércio bem jovem, em sua cidade natal. Ao deixar o comércio, ingressou como amanuense na Secretaria de Governo. Nessa época já era evidente sua vocação e habilidade para as artes literárias. Começou fazendo adaptações de textos literários, e  aos 15 anos escreveu sua primeira peça teatral, Amor por Anexis, onde descreve o interesse de um senhor em casar-se com uma jovem viúva. Esta peça rendeu mais de mil representações e um enorme sucesso para os padrões da época.  Aos 17 anos já estava dirigindo o periódico O Domingo, editado pela Typografia do Paiz, no período de 1892 até 1894;


Em 1873, aos 18 anos mudou-se para o Rio de Janeiro, indo trabalhar no Ministério da Agricultura. Ingressou no magistério onde ensinou português no Colégio Pinheiro, entretanto, foi como jornalista que encontrou espaço e se projetou como um dos maiores escritores e teatrólogos brasileiros. Começou sua trajetória como escritor, trabalhando como revisor no jornal A Reforma, periódico que teve início em 1869, e durou até 1879.


Como dramaturgo escreveu várias peças, dentre eles destacamos: Uma véspera de Reis, em 1875, cujo tema principal remete as festas populares de Reis. Em 1876, a peça A filha de Maria Angu, foi representada no Teatro Fênix Dramática, no Rio de Janeiro - teatro fundado em 1868 e demolido em 1905. Esta peça faz paródia a ópera francesa La fille de Mme Ango. Mais uma peça escrita por ele em 1880, intitulada A Princesa dos cajueiros, ópera cômica também representada no Teatro Fênix Dramática no mesmo ano. Estas obras citadas foram apenas algumas das muitas escritas por Arthur Azevedo


Grande observador dos hábitos e do cotidiano da vida carioca, Arthur Azevedo foi um dos maiores contistas e teatrólogos brasileiros, compôs seus contos e peças teatrais baseados no dia a dia da cidade, seus costumes e rotina de seus moradores, transpondo para sua obra o habitué do carioca.


Colaborou para diversos jornais cariocas, tais como: o Correio da Manhã, O Paiz, Século, A Notícia, e Diário de Notícias, onde assinava a seção De Palanque com o nome de Eloy, o herói. Porém sua atividade principal era dedicada ao teatro, escrevendo e traduzindo peças.


Adotou alguns pseudônimos utilizados em revistas e jornais, onde assinava com o nome de Elói o herói, Gavroche, Petrônio, Batista o trocista, Frivolino, e outros.


Foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, onde ocupou a cadeira de n. 29, tendo como patrono Martins Pena, e foi patrono na Academia Maranhense de Letras, ocupando a cadeira de n.3.


 

Conselho


Quando algum desses escrevinhadores,
Que pululam na imprensa, infelizmente
Na honra acaso te ferrar o dente,
Ou de ti ou dos teus dizendo horrores,

Errado vaes se por ventura fores
Chamar a juízo o ignóbil maldizente,
Porque um “testa de ferro” incontinente
Comprado tomará por elle as dôres.

Dá-lhe, dá-lhe a valer!... fal-o n’um trapo!
Por cada embuste arranca-lhe tres urros!
Mata o leão como se mata um sapo!

Convence-te, leitor, para estes burros
Argumento não ha como um sopapo,
Nem resposta melhor que um par de murros.

Em: O Domingo. Anno 1,n.6 (out.1885)

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