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Delminda Silveira

por Maria do Sameiro Fangueiro
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Professora e escritora de destaque na história da literatura de Santa Catarina, nasceu em Desterro, hoje Florianópolis, em 16 de outubro de 1854 e morreu em 12 de março de 1932. Foi professora de português e francês no Colégio Coração de Jesus, escola tradicional católica.


Escreveu crônicas e poesias. Colaborou assiduamente na revista A Mensageira onde publicou vários de seus poemas. Por ser muito religiosa, seus poemas deixam transparecer toda sua religiosidade.


Publicou: Lises e martírios, seu primeiro livro, em 1908, onde reúne poemas, crônicas e pequenos contos, com enfoque para os sentimentos de amor, saudade e dores íntimas. Os contos falam sobre amor e morte. O segundo livro, Cancioneiro, de 1914, é composto de hinos e poesias comemorativas das principais datas nacionais, fábulas, diálogos e poesias diversas para recitar, dedicadas “aos mais notáveis catarinenses existentes”. O terceiro livro, Indeléveis versos, de cunho religioso, circula desde 1989 como edição póstuma, patrocinado pela UFSC. Escreveu também Elegia de 1891, Passos dolorosos de 1931, além de Crenças e fantasias e Na convalescença.


Aos 77 anos foi convidada a entrar na Academia Catarinense de Letras.

 

O primeiro sorriso


No alvo berço mimoso
feito de vimes trançados,
sobre os folhos rendilhados
do travesseiro sedoso,


O pequenito dormia
qual entre as plumas do ninho
dorme o tenro passarinho
ao findar de um bello dia.


Ao lado a mãe cuidadosa
o brando somno espreitando,
como a rola carinhosa
ao pé do ninho pousando,


fitava o meigo semblante
do anjo seu adorado
qual fita o lírio no prado a linda estrela brilhante.


Em: A Mensageira, ano 2, n.26, mar. 1899



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