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Fontoura Xavier

por Maria do Sameiro Fangueiro

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Antonio Vicente da Fontoura Xavier nasceu em Cachoeira do Sul, RS, em 07 de julho de 1956 e morreu em Lisboa, em 01 de abril de 1922. Filho de Gaspar Xavier e de Clarinda Amália da Fontoura. Seus primeiros estudos foram em sua cidade natal e o secundário no Rio de Janeiro. Em 1876 entrou para a Faculdade de Direito de São Paulo, não concluindo o curso. Foi colaborador de vários periódicos como Besouro, Gazeta de Notícias,Repórter e Revista Ilustrada. Fundou com Artur de Azevedo e Anibal Falcão o jornal Gazetinha, em 1880 no Rio de Janeiro. Foi redator de A Semana, periódico carioca de 1883. Usava pseudônimos como: Poff e Irmão de Batista Xavier.



Foi tradutor de poemas de Edgar Allan Poe, Baudelaire, Jean Moréas e Shakespeare. É patrono da Academia Rio-Grandense de Letras. Lançou um manifesto em versos contra a monarquia, intitulado O Régio Saltimbanco, em 1887. No periódico Tiradentes, Fontoura Xavier escreveu o poema “Pedra falsa”, mais uma manifestação de sua insatisfação com a monarquia.


Pedra falsa


Ao povo

Na corôa que Cezar cinge agora
Ao grito redemptor da nova aurora,
Vacilla a pedra negra do destino.
N’essa joia que a corte tanto exalsa
Reconhece-se emfim a pedra falsa
Do direito divino.

Tu, que há muito acordaste aos pés do throno,
Arranca aquella pedra as mãos do dono,
Substitue por um brilhante novo!
E que aos olhos de quantos te aviltasta
Appareça a inscripção do novo engaste:
“Do direito do povo!”


Em: Tiradentes: orgam republicano, anno 1, n.5 (maio 1881)

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