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Júlia Lopes de Almeida

por Maria do Sameiro Fangueiro

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Júlia Valentim da Silveira Lopes de Almeida nasceu no Rio de Janeiro, em 24 de setembro de 1862 e morreu na mesma cidade, em 30 de maio de 1934. Era filha de Valentim José Silveira Lopes, médico e professor, e de Antonia Adelina Lopes.  Casou-se com Filinto de Almeida, poeta português, em 28 de novembro de 1887, em Lisboa.  Aos 24 anos escreveu seu primeiro livro intitulado Traços e Iluminuras, publicado em Portugal.  Seu romance A Casa Verde foi publicado em folhetins no Jornal do Commercio..


Defensora da educação feminina, do divórcio, da abolição do regime escravocrata, escrevia para periódicos dedicados e editados por mulheres, como A Mensageira e a Única, e em revistas e jornais de grande circulação, como O Quinze de Novembro, Kosmos, O Pauiz, A Gazeta de Notícias e A Semana. . Publicou A Família Medeiros, em 1892, A Viúva Simões, em 1897, Eles e elas, em 1910. Lançou ainda A Silveirinha, em 1913, Pássaro tonto, em 1934, Correio da Roça, em 1913, entre outros livros. A FalênciaMemórias de Marta e Livro das noivas eram obras de cunho educativo, contendo conselhos e lições femininas com objetivos morais e econômicos.  Publicou também literatura infantil : Contos infantis, em 1886 – escrito com sua irmã Adelina Lopes Vieira –, Histórias da nossa terra, em 1907, A Árvore, em 1916, Era uma vez, em 1917 e Jornadas no meu país, em 1920.


Com as mãos sujas de carvão, na cozinha, accendendo o fogo para fazer o almoço do marido, cosendo-lhe a roupa, ammamentando os filhos, varrendo a casa ou interpretando Chopin; pintando uma aquaralla ou amarrando um bouquet, a mulher tem sempre a mesma poesia: a de trabalhar para ser agradavel, util, bôa, para satisfazer uma necessidade moral ou intelectual do esposo e da família, revelando-se amarosa e digna do doce e pesado encargo que a sociedade lhe destinou.


Em A Mensageira, anno I, n. 1 (out. 1897).

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