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Tiradentes: orgam republicano

por Maria Ione Caser da Costa

Na província de Minas Gerais, município de Uberaba, dia 21 de abril de 1881, tem início um


“pequeno periódico de propaganda republicana em homenagem à memória de Tiradentes, vulto gigantesco da nossa região, que tem o amor por principio e o progresso por fim, heroe verdadeiramente digno de uma epopea, quer pelas generosas aspirações que agitavam-se como labaredas no peito, quer pela morte que soffreu, quer pelas affrontas feitas ao seu cadáver.”.


Este parágrafo, destacado do primeiro editorial da revista,  parece remeter a um tempo passado, “onde o Tiradentes de hoje quer a Republica, como queria o do século XVIII, porque é a única fórma de governo racional, legitima e compatível com a dignidade humana”.


O periódico tinha Dario de Paiva, como proprietário, e Gaspar da Silva desempenhando a função de redator Ele foi publicado  pela Typographia do Correio, como 8 páginas cad. Divulgava poemas, versos, charadas, notícias diversas e notas literárias e notícias ligadas ao . No exemplar de número 13, de 13 de julho de 1881, aparece a notícia do envio de um


“manuscripto com endereço ao dr. Bibliothecario da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, um pequeno tratado ou descripção histórica e topographica do município do Curvello, donde nos permitiu extrahir a seguinte interessante noticia sobre um ramo da família cujo chefe é Joaquim José da Silva Xavier Tiradentes .”


Os exemplares que se encontram no armazém da Coordenadoria de Publicações Seriadas da Biblioteca Nacional foram doados pelo então prefeito de Uberaba, um advogado português que estabelecido na cidade, muito lutava por divulgar seu município, tendo sido também correspondente do Jornal do Commercio, do Rio de Janeiro. Na folha de guarda, com uma bonita caligrafia em caneta tinteiro, encontramos a seguinte dedicatória: “Os numeros 1 a 17 do Tiradentes – jornal semanário publicado em Uberaba, província de Minas-Gerais; offerecido para a Exposição, e doado à Biblioteca Nacional por Antonio Borges Sampaio – 1881”. Os exemplares trazem como epígrafe as palavras “Liberdade, Igualdade, Fraternidade”.


Entre seus colaboradores estão Brasil Silvado, Theophilo Dias (1854-1889), Elle, Narciso de Lacerda, H. Taine, F.M. Franco, Fontoura Xavier (1856-1922), Cagliostro, João de Deus, Candida Rosa, Eu mesmo, A. de P., Augusto Lima (1859-1934), Luiz Guimarães Junior (1845-1898), Antonio Camargo, Heitor Barbosa, Affonso Celso Junior (1860-1938), Frei Francisco, Argus, Assis Brazil, Frei Ricardo, Toró, T.P. e Julio Moutinho.

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