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Agripino Grieco

por Maria do Sameiro Fangueiro

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Agripino Grieco nasceu em Paraíba do Sul, RJ, em 15 de outubro de 1888, e morreu no Rio de Janeiro, em 1973. Desde tenra idade já frequentava a biblioteca de sua cidade, onde começou a ter contato com escritores da época. Em 1906, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde trabalhou como funcionário público na Estrada de Ferro Central do Brasil. Estimulado pelo pai, dedicou-se às letras e, aos 19 anos, iniciou sua vida literária estreando com o livro de poesias Ânforas em 1910, obtendo Menção Honrosa da Academia Brasileira de Letras. Em 1913, escreveu o livro de contos intitulado Estátuas mutiladas. Foi professor de História da Literatura na antiga Universidade do Brasil. Escreveu sátiras para as revistas ABC e Hoje, que, mais tarde, foram reunidas no livro Fetiches e fantoches (1921). Produziu estudos literários que foram agrupados no livro Caçadores de símbolos (1923), o que o colocou em contato com Tristão de Ataíde (1893-1983), então crítico literário de O Jornal. Agripino chegou a substituí-lo, por algum tempo, como crítico literário nesse mesmo jornal. Escreveu Evolução da poesia brasileira em 1932 e Evolução da prosa brasileira em 1933. Seu gosto pela leitura fez com que formasse uma biblioteca com mais de cinquenta mil volumes. Fundou em 1933, com Gastão Cruls (1888-1959), o periódico Boletim de Ariel, que durou sete anos. Trabalhou com Paulo Barreto (1881-1921), Olavo Bilac (1865-1918), Silva Jardim (1860-1891), entre outros, na Gazeta de Notícias, jornal de grande prestígio que circulou de 1875 até 1942. Entre 1940 e 1945, realizou conferências pelo Brasil, divulgando seus conhecimentos literários.


Amor


Ante o esplendor vivaz de tua excelsa gloria
Toda a terra palpita em commoções supremas,
E ebria de tua luz, n’um canto de Victoria,
A alma dos moços vibra, entre hosannas e poemas.


Por ti é toda aroma e pradaria florea,
As arvores por ti esmaltam-se de gemmas,
E para apotheosar-te a noite merencorea
Semeia pelo azul mil fulgidos diademas.


No viço e no frescar das magnólias, no vôo
Das aves, no rumor festivo das colméias,
Nos milagres do sol, Amor, eu te abençôo!


Sê bemdito no olhar da creatura querida,
Sê bemdito no ardor que pões em nossas veias,
Fonte de todo o bem, gérmen de toda vida.


Em: A Avenida, ano 1, n. 1, jul. 1912.



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