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Alves de Souza

por Maria do Sameiro Fangueiro
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Antônio Augusto Alves de Souza nasceu em Vigia, PA, em 12 de dezembro de 1882, e morreu no Rio de Janeiro, em 4 de dezembro de 1943. Poeta, contista, jornalista e político. Mudou-se para o Rio de Janeiro, tornando-se um dos mais dinâmicos jornalistas da época. Trabalhou como diretor do jornal O Paiz e colaborou com a revista Cenáculo, publicada em Belém (PA) em 1900, escrevendo contos e poesias. Foi redator do Diário de Notícias a convite do jornalista Orlando Dantas (1900-1982). Sua obra é composta por Equatoriais, escrita em 1904; Crepusculários, escrita no mesmo ano, e A Epopeia do Oriente, em 1905.




Ao Bosque


Deixa o aconchego tépido do ninho
e vem, cantando, ver a luz do dia.
paira em todas as almas um carinho,
uma profunda e límpida alegria.


Quero que sintas o Prazer vibrando
a cavatina augusta da ternura
para seres feliz e livre, quando
ferir-te o duro espinho da amargura.


Chega-te aqui. Vem despontando a aurora,
vem resurgindo a luz da madrugada.
Trinúla e canta, vívida e sonora,
a orchestra matinal da passarela.


Aqui, no seio d’este bosque umbroso,
livres do fel d’esta infernal Matéria,
esqueçamos o pranto amarguroso,
que rega a senda amarga da Miséria.
[...]


Trecho de poema em: Cenáculo, ano 1, fasc. 3, ago. 1900.



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