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Antônio Silva

por Maria do Sameiro Fangueiro
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Antônio da Costa e Silva nasceu em Belém do Pará, no dia 1 de junho de 1871. Poeta. Em 1882, aos 11 anos foi viver em Portugal, mais precisamente na cidade do Porto, onde completou o “curso comercial”. Voltou para o Pará em novembro de 1886, onde trabalhou em uma casa comercial como ajudante de guarda-livros. Aqui conheceu pessoas que também tinham a mesma profissão e juntos tiveram a ideia de criar um jornal. Assim, surgiu o Caixeiro, semanário que teve a duração de 5 anos. Em 1893, Antônio Silva foi para Pernambuco e logo depois seguiu para o Rio de Janeiro, onde trabalhou durante 4 anos como almoxarife no Asylo de Mendicidade, instituição inaugurada em 10 de julho de 1879. Nesta cidade colaborou com o periódico A Cidade do Rio e na Gazeta da Tarde. Com Alfredo Pinto, criou e redigiu o jornal A Arena, jornal esportivo e literário. Entretanto, este jornal só teve a duração de 2 meses.

Regressou ao Pará em 1898, sendo nomeado pelo então governo do Dr. Paes de Carvalho, (1850-1943) para ocupar o cargo de primeiro oficial da Biblioteca Pública do Estado. Antônio Silva foi membro do Grêmio Literário José de Alencar. Em 1900, publicou uma coleção de versos líricos, intitulada Fogos fátuos. Como colaborador da revista Cenáculo, escreveu o poema, “De longe”.




De longe


Para que não supponhas que te esqueço,
na solidão do exílio dolorido,
d’aqui te envio o coração fundido
n’este soneto pallido e sem preço.


Não mais eu julgarei que te mereço.
Tornar a ver-te o olhar enternecido!
sentir o som da tua voz no ouvido,
são venturas demais… bem reconheço!


Dá-me ao menos que possa, neste dia,
transpondo o Mar, – qual pomba fugidia
que, voando, a sorrir, demanda o espaço, -


de minha parte, este soneto pobre
vá ‘té junto de ti, formosa e nobre,
de mil flores cobrir o teu regaço!


Em: Cenáculo, ano 1, fasc. 3, ago. 1900.



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