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Áurea Pires

por Maria do Sameiro Fangueiro

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Áurea Pires da Gama nasceu em Angra dos Reis, RJ, em 2 de fevereiro de 1876, e morreu no Rio de Janeiro, em 10 de outubro de 1949. Poetisa e professora, seus primeiros estudos aconteceram em Minas Gerais, terminando-os no Rio de Janeiro. Filha do poeta e autor teatral Trajano Augusto Pires, e de Dionísia Maria da Fonseca Pires. Escreveu aos 14 anos o poema Impossível, publicado no jornal O Astro da cidade de Barbacena, MG. Foi casada com o escritor Antônio Chichorro da Gama. Escreveu Flocos de neve, em 1898, que foi prefaciado por Inês Sabino (1853-1911), poetisa e jornalista. Publicou ainda Indiana (1902), Pétalas (1908) e Entre o mar e a floresta (1922), todos livros de versos. Colaborou com a revista A Mensageira publicando alguns dos seus versos. Foi biografada por Elmo Elton (1925-1988), com o livro Áurea Pires da Gama: perfil de uma poetisa angrense, publicado em 1974.


Contraste


Talvez nest’hora em que a chorar suspiro
Lembrando-me de ti, saudosa e afflicta,
Bem junto estejas da mulher bonita
Que te escravisa o coração que aspiro.


E emquanto eu soffro aqui no meu retiro
O ciúme atroz que no meu peito excita
Cada vez mais essa paixão maldita,
E de raiva e de dor quase deliro;


Em paragem risonha, enflorecida,
Talvez tu`alma esteja n`um transporte
Toda inteira em su`alma transfundida!


Bem diversa da tua é minha sorte:
No seio de outra encontras tu a vida,
ância encontro a morte!


Em: A Mensageira, ano 1, n. 1, out. 1897.



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