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Flexa Ribeiro

por Maria do Sameiro Fangueiro
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José de Flexa Ribeiro nasceu em Faro, PA, em 19 de junho de 1883, e morreu em 1971. Poeta, crítico de arte, jornalista, colaborou em jornais do país, e do exterior como La Prensa, de Buenos Aires e Le Figaro, de Paris. Diplomou-se em direito pela Faculdade de Direito do Rio de Janeiro, em 1913. Fundou com outros companheiros a publicação Pará-Revista, em 1903, e a Revista do Ensino. Colaborou com a revistaCenáculo. Sua obra poética inclui: Episódio trágico (poema de 1905), Sol (1906), Lituânia pagã (1907) e O amor e a morte (1914). Em destaque, o soneto intitulado “Supremo”.




Supremo


Os teus olhares feitos de carinho,
De Extrema-Uncção, de mysticos luares,
Têm na expressão, ó santa dos Altares,
A velludosa maciez do arminho.


E no doce brilhar – áureo caminho –
A profundeza intérmina dos mares…
Têm na expressão, ó Santa, os teus olhares
A velludosa maciez do arminho.


São puros como as Hóstias dos Sacrários,
têm o brilho divino de Stellarios,
quando me fitam numa uncção extrema.


São rútilos santelmos guiadores,
são as dhulias lithurgicas das dores,
da minha Crença immácula e suprema!


Em: Cenáculo, ano 1, fasc. 3, ago. 1900.



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