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Isimbardo Peixoto

por Maria do Sameiro Fangueiro
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Isimbardo Peixoto nasceu em Campos dos Goitacazes (RJ), em 12 de dezembro de 1896. Não foi encontrada a data de seu falecimento, porém há texto seu no Monitor Campista em 21 de janeiro de 1964. Iniciou seus estudos em sua cidade natal, no Colégio Cândido Mendes; em 1909, foi estudar no Liceu de Humanidades onde permaneceu até o 3º ano do ensino fundamental. Mudou-se para o Rio de Janeiro, onde, após concluir os estudos fundamentais, matriculou-se na Faculdade de Filosofia e Letras,  mas não deu continuidade aos estudos.


Morou no estado do Amazonas, onde trabalhou como auxiliar na Delegacia de Recenseamento. Em algumas regiões do estado do Acre e Alto Juruá, onde difundiu suas ideias e opiniões. Ao voltar para o Rio, foi trabalhar na Diretoria Geral de Estatística.


Isimbardo Peixoto foi um dos fundadores da Academia Campista de Letras, fundada em 21 de junho de 1939.  Sua obra é variada, compreendendo publicações de direito militar, poesia e traduções: Albores (1915); Alma (1917); Saibros e rosas (1919); Oásis (1923); A Justiça Militar do Estado do Rio de Janeiro e a sua constitucionalidade (vol.1) em 1937; A ruidosa falência do Mansur & Filhos (1939). Em 1919, traduziu Coriolano, tragédia de 1608, escrita por William Shakespeare.


Dois poemas de sua autoria são publicados nas páginas de A Esphera:


 

Outomno


Parti um dia, moço e poeta... Pelas
Tesradas, pluma ao vento e a lança erguida,
Galope ás soltas, mal eu pude vel-as
Afoito que ia, aventureiro á brida.


Recordações eu fiz por esquecel-as:
A aldeia... a herdade... o teu amor, querida!
E, os olhos sempre tendo entre as estrellas,
Assim gastei minha pobre vida.


Hoje, volto batido peloa annos:
O coração, titan dentro do peito,
Cambalêa á mercê dos desenganos...


Phantasma do que fui, volto alquebrado,
Chorando a tua ausência e o ideal desfeito
Sobre as ruínas e escombros do passado!


Em: A Esphera, anno 1,n.2,jul.1924


 

                                    Sonhadora


 
Olhos no espaço em braza, a idéa apuro
Num anseio de amor que mal defino,
E, assim, levo a sonhar com o meu futuro,
E a tecer o aranhol de meu destino...


Meu pensamento, como as andorinhas,
Vôa buscando outro beiral amigo,
Onde eu quizera ouvidas fossem minhas
Ânsias, que, por escondel-as, me castigo...


Aos poucos, róla a tarde... Pluma ao vento,
Vejo sentimental ao longe um pagem...
__ será esse, o que espero?... e o pensamento
Abandono-o de novo na miragem...


Em: A Esphera, anno 1,n.4,set.1924


 

PEIXOTO, Isimbardo. Carta escrita em Niterói e datada de 21/01/1964. Monitor Campista, Campos dos Goitacases, 23 de janeiro de 1964.

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