BNDigital

Periódicos & Literatura

< Voltar para Dossiês

Medeiros e Albuquerque

por Maria do Sameiro Fangueiro

banner_personagens_042_medeiros_albuquerque


José Joaquim de Campos da Costa de Medeiros e Albuquerque, nasceu em Recife, PE, em 4 de setembro de 1867, e morreu no Rio de Janeiro, RJ, em 9 de junho de 1934. Era filho de Joaquim José de Campos de Medeiros e Albuquerque. Foi jornalista, contista, poeta, teatrólogo, político e professor. Fez parte do grupo fundador da Academia Brasileira de Letras, ocupando a cadeira 22, cujo patrono é José Bonifácio, o Moço.


Aprendeu com sua mãe as primeiras letras e mais tarde foi matriculado no Colégio Pedro II. Em 1880, aos 13 anos, foi para Portugal em companhia de seu pai. Estudou de 1880 a 1884, em Lisboa, na Escola Acadêmica. Voltando ao Brasil e ao Rio de Janeiro, estudou com Emílio Goeldi história natural, e foi aluno particular de Silvio Romero. Aos 21 anos, foi trabalhar com Alcindo Guanabara no jornal Novidades. Mais tarde, dirigiu  O Fígaro. Colaborou, diariamente, entre 1930 e 1934, com a Gazeta de São Paulo. Na Ilustração Brasileira, publicação surgida no Rio de Janeiro em 1909, escrevia a coluna  “Crônica de 15 Dias”, com as iniciais M.A.


Republicano, foi nomeado secretário do Ministério do Interior, pelo ministro Aristides Lobo, em 1892. Neste mesmo ano, recebeu a nomeação de vice-diretor do Ginásio Nacional, por Benjamin Constant. Foi professor da Escola de Belas Artes, além de vogal e presidente do Conservatório Dramático entre 1890-1892.


Sua estreia na literatura aconteceu em 1889 com os livros Pecados, e Canções de decadência. Escreveu sob vários pseudônimos: Armando Quevedo, Atásius Noll, J. Dos Santos, Max, Rifiúfio Singapura. Além de contos, romances, peças de teatro, escreveu também ensaios, memórias, pensamentos e política. É autor da letra do Hino da República.




Beijos Perdidos


Depois de ter beijado tanta bocca,
Tanta mulher ter tido nos meus braços:
Não se acalmou em mim a febre louca
De volupia, de beijos e de abraços.


Não sinto para o amor cansada e rouca
A minha vóz, nem meus desejos lassos;
Lamento apenas seja a vida pouca.
E os dias que me restam tão escassos.


Lamento, porque aquella que merece
Mais do que todos, só me veiu quando,
Se ainda há tempo para amar não sei…


e eu queria dar-lhe se pudesse
Os beijos que andei esperdiçando
Todos os beijos que as outras dei!…


Em: Senhorita X!… : revista mensal, social e illustrada, ano 1, n. 2, nov. 1932.



Parceiros