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Presciliana de Almeida

por Maria do Sameiro Fangueiro

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Presciliana Duarte de Almeida nasceu em Pouso Alegre (MG), em 6 de junho de 1867, e morreu em São Paulo, em 13 de junho de 1944. Era filha de Joaquim Roberto Duarte e de Rita Vilhena de Almeida Duarte.


Começou a compor versos na adolescência, mesma época em que começou a escrever um jornal manuscrito, com sua prima Maria Clara da Cunha Santos. Em 1890, lançou Rumorejos, livro de versos, prefaciado por Adelina Lopes Vieira.


Casou-se com seu primo, Silvio de Almeida, formado em direito. Tiveram três filhos, e apesar dos afazeres domésticos e problemas financeiros, Presciliana, não deixou de escrever e de colaborar com suas crônicas e versos para periódicos como A Modista: jornal de modas, editado no Rio de Janeiro, em 1906. Em 1899, fundou a revista A Mensageira, periódico feminista, escrita principalmente por mulheres. Colaborou com a revista O Quinze de Novembro,. Em 1906 publicou o livro Sombras. Em 1908, lançou um livro de literatura destinado às crianças denominado Páginas infantis. Foi escolhida para ocupar a cadeira número 8, da Academia Paulista de Letras, fundada em 5 de outubro de 1909. Escreveu, em 1914, O livro das aves, e, em 1939, Vetiver, sua última obra.




Ideal


Entre a dolência acérrima e chorosa
De um sentimento infindo,
Vive a minh´alma – a Lyra suspirosa,
Que chora, muita vez, cantando e rindo!


Nem me bastára a luz de teu sorriso,
Nem todo o teu amor!
Eu quizera um doirado paraíso,
Onde eu fosse o teu único esplendor!


Quizera uma avenida perfumada
De flores odorantes,
Onde eu brilhasse mais que a madrugada
Aos teus olhares meigos, fascinantes!


Quizera ser o riso, o alento, a aurora,
A luz do teu viver,
Ser tudo o que tu`alma aspira e adora,
Anjo da noite e flor do alvorecer!


Em: A Mensageira, ano 1, n. 2, out. 1897.



A Esperança


Oh! esperança bemdita!
Oh! flôr que nunca emmurchestes!
Quando tristonha medito,
Sorrindo tu me appareces!


E si não fossem teus risos,
Teu perfume, teu vigor,
Talvez minh’alma sensivel,
Não supportasse esta dôr!


Em: O Quinze de novembro, ano 2, n. 23, dez. 1890.



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