Periódicos & Literatura
< Voltar para DossiêsA Juventude: órgão litterario da Sociedade Fraternidade Juvenil
por Maria Ione Caser da Costa
Apareceu, no dia 28 de junho de 1882, em Natal, capital do Rio Grande do Norte, o periódico A Juventude, trazendo como subtítulo órgão litterario da sociedade Fraternidade Juvenil. Este pequeno periódico, serviu como voz da recém criada sociedade, como pode ser confirmado no editorial:
Sem assinatura, o editorial assim finaliza: “Concluiremos este artigo com as seguintes palavras do illustre orador José Bonifacio: ‘O presente e o passado pertencem aos combatentes de hoje; o futuro é da mocidade. A mocidade é o sol que nasce, as mariposas que voão em busca da luz; e as andorinhas em busca da primavera’.”
A Juventude teve como redatores Rodolpho Euclides Dias Machado, Melchisedech de Jehovah Albuquerque Lima, Manoel Joaquim de Amorim Garcia Filho e Jose Paulino de Castro Medeiros Junior.
A sociedade, de acordo com seus fundadores, seria “essencialmente litteraria”, recebeu o nome de Fraternidade e Juventude, sendo inaugurada no dia 24 de junho de 1882. Teve sua formação inicial com Theophillo Cristiano Moreira Brandão como presidente, Rodolpho Euclides Dias Machado foi o vice-presidente, Melchisedech Jehovah da Albuquerque Lima e Argemiro Barbosa da Fonceca Tinoco foram os primeiro e segundo secretários, respectivamente.
O periódico A Juventude iniciou sendo impresso pela Typographia do Liberal, que estava localizada no número 5, da rua da Palma. A coleção preservada na Biblioteca Nacional, que pode ser consultada através da Hemeroteca Digital, é composta por seis exemplares, sendo o último, o número 9, de 13 de novembro de 1882. Na coleção faltam os números 2, 3 e 8. Os números 4, 5 e 6 foram impressos pela Typographia do Conservador, situada na rua Voluntarios da Patria, nº 12. Os números 7 e 9 saíram publicados pelas máquinas da Typographia do Correio do Natal, situada na rua da Conceição.
Medindo 31,2 x 21,2 cm, os fascículos foram formados com quatro páginas cada, divididas em duas colunas, separadas por um fio simples. Não apresentou ilustração.
A produção de periódicos na segunda metade do século XIX foi bastante diversificada. Os editores buscavam temáticas que se relacionassem com o público leitor. Muitos destes títulos são periódicos dirigidos à mocidade ou à juventude, e como a quase totalidade dos periódicos dos oitocentos, também este teve vida efêmera.
A Juventude podia ser adquirida através de assinaturas que poderiam ser anuais, valendo 6$000, semestrais que custavam 3$000, trimestrais pelo valor de 1$500.
Divulgou poemas, crônicas, uma seção “Litteratura” e outra chamada “Notícia”, onde pode ser encontrado vários acontecimentos do cotidiano natalense. A título de ilustração, destacamos o poema Tú és, assinado por C. P.
Tú és
Tú és ó donzella
Travessa qual briza,
Que alem se deslisa
Por entre a folhagem;
Tú és linda estrella
Que brilha saudosa,
De vénus formosa
Tú és a imagem.
Tú és ó donzella
Tão terna qual queixa,
De mystica endeixa
Da rôla a carpir;
Tú és o preludio
Das aves que cantão,
E alegres decantão
D’aurora o surgir.
Aceita portanto
Mulher dos meus sonhos,
Os échos tristonhos
Do teu trovador;
Aceita que é prova
De terna amisade,
Nascidos deidade
Do Mais puro amor.
Ao Ilmo Sr G. Costa Barros solicitamos a sua assinatura.
Apresentando ao publico rio-grandense este pequeno jornal, como orgão da sociedade “Fraternidade juvenil” recentemente creado nesta cidade e pertencente a um cortejo de moços esperançosos, dedicados ao estudo das lettras, temos por fim contribuir com o nosso obulo para o progresso litterario da Paiz e preparar assim o nosso espirito as concepções futuras dignas do destino do homem.
O seu titulo “A Juventude” significa o ardente desejo que nutrimos de concorrer efficasmente pela imprensa para o aumento das luzes e prosperidade da Patria; isto, porem, tornar-se-hia muito superior as nossas forças e recuaríamos em tão útil e importante commettimento, se não contássemos com o auxilio generoso e patriotico dos rio-grandenses. [...]
Sem assinatura, o editorial assim finaliza: “Concluiremos este artigo com as seguintes palavras do illustre orador José Bonifacio: ‘O presente e o passado pertencem aos combatentes de hoje; o futuro é da mocidade. A mocidade é o sol que nasce, as mariposas que voão em busca da luz; e as andorinhas em busca da primavera’.”
A Juventude teve como redatores Rodolpho Euclides Dias Machado, Melchisedech de Jehovah Albuquerque Lima, Manoel Joaquim de Amorim Garcia Filho e Jose Paulino de Castro Medeiros Junior.
A sociedade, de acordo com seus fundadores, seria “essencialmente litteraria”, recebeu o nome de Fraternidade e Juventude, sendo inaugurada no dia 24 de junho de 1882. Teve sua formação inicial com Theophillo Cristiano Moreira Brandão como presidente, Rodolpho Euclides Dias Machado foi o vice-presidente, Melchisedech Jehovah da Albuquerque Lima e Argemiro Barbosa da Fonceca Tinoco foram os primeiro e segundo secretários, respectivamente.
O periódico A Juventude iniciou sendo impresso pela Typographia do Liberal, que estava localizada no número 5, da rua da Palma. A coleção preservada na Biblioteca Nacional, que pode ser consultada através da Hemeroteca Digital, é composta por seis exemplares, sendo o último, o número 9, de 13 de novembro de 1882. Na coleção faltam os números 2, 3 e 8. Os números 4, 5 e 6 foram impressos pela Typographia do Conservador, situada na rua Voluntarios da Patria, nº 12. Os números 7 e 9 saíram publicados pelas máquinas da Typographia do Correio do Natal, situada na rua da Conceição.
Medindo 31,2 x 21,2 cm, os fascículos foram formados com quatro páginas cada, divididas em duas colunas, separadas por um fio simples. Não apresentou ilustração.
A produção de periódicos na segunda metade do século XIX foi bastante diversificada. Os editores buscavam temáticas que se relacionassem com o público leitor. Muitos destes títulos são periódicos dirigidos à mocidade ou à juventude, e como a quase totalidade dos periódicos dos oitocentos, também este teve vida efêmera.
A Juventude podia ser adquirida através de assinaturas que poderiam ser anuais, valendo 6$000, semestrais que custavam 3$000, trimestrais pelo valor de 1$500.
Divulgou poemas, crônicas, uma seção “Litteratura” e outra chamada “Notícia”, onde pode ser encontrado vários acontecimentos do cotidiano natalense. A título de ilustração, destacamos o poema Tú és, assinado por C. P.
Tú és
Tú és ó donzella
Travessa qual briza,
Que alem se deslisa
Por entre a folhagem;
Tú és linda estrella
Que brilha saudosa,
De vénus formosa
Tú és a imagem.
Tú és ó donzella
Tão terna qual queixa,
De mystica endeixa
Da rôla a carpir;
Tú és o preludio
Das aves que cantão,
E alegres decantão
D’aurora o surgir.
Aceita portanto
Mulher dos meus sonhos,
Os échos tristonhos
Do teu trovador;
Aceita que é prova
De terna amisade,
Nascidos deidade
Do Mais puro amor.
Ao Ilmo Sr G. Costa Barros solicitamos a sua assinatura.