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Gustavo Teixeira

por Maria do Sameiro Fangueiro

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Gustavo de Paula Teixeira, nasceu em São Pedro, SP, em 4 de março de 1881, e morreu na mesma cidade, em 22 de setembro de 1937, filho de Francisco de Paula e Silva e Miquelina Teixeira Escobar e Silva. Sua estreia como poeta ocorreu em 1908, comEmentário, prefaciado por Vicente de Carvalho, em que seus poemas seguem a linha parnasiana com algumas notas simbolistas. Em 1925, publica Poemas líricos onde o simbolismo já presente na obra anterior, avoluma-se, tornando-se mais evidente seu gosto pelo verso escultural. Em Poesias completas, há uma tendência à religiosidade e uma certa melancolia em seus versos. Durante um pequeno período viveu em São Paulo, onde tentou cursar jornalismo. Voltou a São Pedro em 1905, onde ocupou o cargo de secretário da Câmara Municipal e da Prefeitura de São Pedro até o fim da vida. Em 1937, à sua revelia, foi eleito para Academia Paulista de Letras, como sucessor de Paulo Setúbal, onde passou a ocupar a cadeira de número 10, cujo patrono é Cesário Mota Jr. Na revista Campinas encontramos o poema encontramos o poema que vai reproduzido em seguida.




Maria Magdalena


Em casa de Simão, Maria de Magdala,
Numa ceia, offerece ao Celestial Esposo
Num vaso de alabastro um balsamo precioso,
De puro nardo, que perfuma toda a sala.


Com as lindas mãos em que arde apenas uma opala
- Gotta de luz que evoca um tempo tenebroso, -
Unge o Senhor que a envolve, erguendo o olhar piedoso,
Na claridade que no céo ha de nimbal-a.


Judas, com sua voz de reprobo, condemna
O gesto angelical da linda Magdalena.
Talvez aninhe dentro da alma um odio velho.


Diz-lhe Jesus: – “Deixae-a! O que ella faz agora
Será lembrado pelos seculos afóra
Em todo o mundo onde se prégue este Evangelho!”


Em: Campinas, ano 1, n. 1, out. 1936.



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