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Augusto de Lima

por Maria do Sameiro Fangueiro

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Antonio Augusto de Lima nasceu em Congonhas de Sabará, hoje, Nova Lima, MG, em 05 de abril de 1859, e morreu no Rio de Janeiro, em 22 de abril de 1934. Filho de José Severiano de Lima e de Maria Rita Deniz Barbosa. Foi jornalista, poeta, jurista, professor universitário e político.


Iniciou seus estudos no Seminário de Mariana, sendo seu professor o padre Silvério Gomes Pimenta (1840-1922), mais tarde arcebispo de Mariana. Estudou no Seminário do Caraça, atualmente Santuário do Caraça, Minas Gerais, mas desistiu de ser padre. Foi para São Paulo, onde ingressou na Faculdade de Direito em 1878, bacharelando-se em 1882. Aqui conheceu e fez amizade com Raimundo Correia (1859-1911), Afonso Celso Júnior (1860-1938), Silva Jardim (1860-1891), Valentim Magalhães (1859-1903), Teófilo Dias (1854-1889), Pinheiro Machado (1851-1915) e Assis Brasil.


Fundou com Raimundo Correia, Alexandre Coelho e Randolfo Fabrino a Revista de Ciências e Letras, além de colaborar para o jornal O Imparcial usando às vezes os pseudônimos: I, Lilvio e Lauro. Em 1903, foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras e, em 1928,  eleito seu presidente.


Na política assumiu provisoriamente o governo de Minas Gerais, em 1891. Durante o seu mandato foi aprovado o projeto de mudança da capital em Ouro Preto para a região conhecida como Curral Del-Rey, hoje Belo Horizonte. Ao deixar o governo do estado, fundou a Faculdade de Direito de Minas Gerais, sendo escolhido para ser professor na cadeira de filosofia do direito. Restaurou a Escola de Farmácia de Ouro Preto, hoje incorporada à Universidade Federal de Ouro Preto.


Deixou publicados Contemporâneos (1887), Símbolos (1892), Tiradentes (ópera musicada por Manuel Macedo (1895), Laudas inéditas (1909), Noites de sábado (crônica, 1920), São Francisco de Assis (poema sacro, 1930). No periódico Tiradentes, n.14, de 1881, encontramos o poema de Augusto de Lima intitulado “Nos campos”. Segundo os redatores da revista “Este poeta tornou-se admiravel em poucos mezes”. É o que se lê, logo abaixo do poema.




Nos Campos


Respiremos um pouco o ar sadio
Dos campos em que a idéa livre vôa,
Com o passaro leve e fugidio
Nos espaços azues errando atôa…


Ó Natureza, ó mãe fecunda e boa!
De rosto ora sereno, ora sombrio,
Tua entranha é o sacrario ingente e pio,
Em que minha alma canticos entòa


Subamos à colina…ó quadro immenso!
Ao longe das montanhas como o incenso
Sóbe o fumo á luz rubra do arrebol …


Oh! Eu sinto no espírito a Verdade,
Sorvendo o azul sem fim da immensidade,
E te bebendo o sangue de ouro, ó Sol!


Em: Tiradentes : orgam republicano, anno 1,n.14(jul.1881)



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